28.4.06

Casimiro fala com Tição (3º episóide da grande nobela caramela)


COIRATOS CUM AÇORDA

Em Bal da Bila, Edviz dos Babetes, deslarga os bordados, vai ao quintal e grita com o marido, (Arestides Grosso):
- Hoije é Domingo e tou farta de tar im casa. Tides, pega lá no nosso Marcedes e bamos ber as montras à capital.
- 657; 658; 65… ó mulher, já m’inganaste ótra bêz. Na bêz que eu tou tentar cuntar as galinhaige pra inscraber na Junta de Freguesia, amanhã.
- Contas mai-logo. – ordena Edviz já a pindurar o avental no puxador da porta da marquise e a buscar a mala.

Entartanto, à porta do Futebol Clube do Forninho, Casimiro da Açorda e Toin Tição cumbersam entre si:
- Já foste à abóbora?
- Ainda não, mas abri o rego pró nabo.
- Olha que é parciso sachar o nabo antes do rego.
- É o que eu faço sempre.


Finalmente o casal (Edviz mais Arestides) chegam à capital com o seu “espada” e estancionam, todos cuntentes da bida, em frente ao portão duma garaige que na interessa a ninguém.
Já noutra rua, Edviz pára na sapataria Braz e Braz e olserba a chinelaige. Ópois curva a esquina da Caixa Agrícola e segue a abenida acima a ber a montra das loiças e canecos, das mobílias, e loja dos tarzentos. Quando chega aos Mochos ainda Arestides está especado prá montra da barbearia (com o barbeiro lá dentro), a ber o filme na TVI.

Será que Edviz reencontra Arestides Grosso? E ouve-se uma buzina parba a chatear a caramelaige numa rua lá atrás, será que está alguém aflito ou quê? E porque é que a GNR apareceu? Seria melhor Arestides não ter saído de Bal da Bila?

Se na sabes, na percas os próximos episóides.


Qualquer semelhança destas personaiges cum a bida real tá logo a garreia armada.

26.4.06


Coiratos Com Açorda


Depois da estreia do primeiro episóide da primeira nobela totalmente caramela, a FLC registou um acréscimo significatibo de pombos correio nas imediações aéreas da nossa colectibidade.
Não parou de chegar cartaria de todos os lados da nação caramela, felicitando a iniciatiba e pricurando saber quando seria o próximo episódio. Por agora não nos enviem mais pombaria pois ainda não cunseguimos rasponder a todas as cartas inbiadas.
Ora atão aqui bai o segundo episóide da balente nobela caramela.

Coiratos Cum Açorda
2º episóide
Albino Chispalhudo regressa a casa.
Senta-se à mesa e sem dirigir palavra, mete uma colherada da sopa de mão de vaca à boca. Depois disto pargunta à mulher se ela ei parba, se depois de 60 anos de casados ela ainda não aprendeu a aquecer a sopa:

- Atão a sopa tá fria?!!!
- Biesses mais cedo, ê cá atelefonei-te a pricurar quando ei que binhas, mas tu só queres tar a falar com o cunselho da rebolução!
-Ahhh (Albino Chispalhudo muito rápido e aquase infurecido), bá lá ber a soparia ótra bez par dentro da gamela de ir ó lume e bê-lá se desta bez pões acindalhas que se bejam no fogarero, pa ber se não tenho de me chatear!
- Põe-na tu se quiseres, a mim ninguém móbriga, na sou escraba nim parba. Sou neta da Ti Toina Desinxaugada!

Disto isto, grande silêncio…, Venâinça da Verruga guardara durante anos o segredo de que era neta da Toina Desinxaugada, antiga empregada da mercearia (na Palhota) do bisavô do Albino Chispalhudo, mais conhecido por Albertino dos Chispes Grandes. Na altura, Toina Desinxaugada fugira com o dinheiro da mercearia, deixando Albertino dos Chispes Grandes quase na falência. Desde então as duas famílias vivem em guerra, não podendo sequer partilhar os baldios para despejar intulho.
Enquanto isto, na Palhota, sob um sol caramelo abrasador, planeia-se (entre uma ou duas mines pó buxo) o corte da estrada alcatroada para exigir a reposição de fragonetes gratuitas para excursões ao marcado de Pinhal Nobo.
O que dirá Albino Chispalhudo à sua mulher? Qual será a sua reacção ao saber que ela é neta da Ti Toina Desinxaugada? Durante quanto tempo o brabo pobo da Palhota cortará a estrada de alcatrão im frente è sede?
Não perca as cenas do próixime episóide de Coiratos cum Açorda!

24.4.06

Dia da Autodeterminação Recreatiba


Mais uma bêz a Nação Caramela, na sua luta pela autodeterminação recreatiba vai efectuar um fariado e comemorar o dia mais recreatibo da Caramelândia.
Dessa maneira a FLC, em parceria com todas as coletbidades amais os grupos espontâneos à sombra das árves, assim como particulares im geral, apresenta aqui o pograma oficial da Recriação Caramela (porque os pogramas das forças opressoras que andam prái a distribuir, são tudo uma grande mintira).


Pograma:


6 da manhã – Pré alborada (1ª fase): grande ensaio de tiro de caçadeira, sob o tema “Oube lá o meu chumbo a cair no teu telhado”;
07: 45h – Últimos cartuchos.
08: 00h - A Grande Alborada (2ªa fase) com foguetaige atiçada à beata e amandada por todos os técnicos lançadores de fogo rijo (actibidade coordenada pelo Celestino Bombista)
09:00h – Hastear das bandeiras-toalha sobre as mensas.
09:02h – “Corrida prá libardade”. Corrida de 1974 boltas ao marmeleiro do Ti Florival Catarro, uma bolta uma mine… outra bolta outra mine… até à libertação total (prova única no mundo).
10:00h – Concurso de pesca à rã no charco do Zeferino Candelabro (Terrim), usando uma peúga encarnada atada a uma cana.
11:00h – Hastear dos gerricans de tinto caramelo.
Mi-dia - Soltaige dos bombos (Palhota e Pinhal Novo);
12:05h– Alborada retardada (3ª fase), destinada à geração de caramelos nascidos após 1974. Sessão brabia de tiro cum caçadeira, subordinada ao tema “Acorda que já é mi-dia e olserba o pombo à’boar à procura do chumbo
13:00h – “O empanturramento caramelo”. Provas de sopa caramela amais tudo o que há na mensa.
15:00h – Sesta. A escolha duma boa sombra, sem moscas nem avespas.
16:00h – Re-Alborada (4ª fase) com flatulência rija e arroto.
16:15h – Pequeno beberete de confraternização entre os lambões da mine de litro e os defensores do tinto emburcado do gerrican.
17:50h – Apanha dos corpos (pelas irmãs carmelitas e obreiras da igreja).
18:00h – Caraóque-bariedades com os Ranchos Folclóricos de toda a nação.
19:00h - Espectáculo musical com gaitas de beiços acompanhadas com uivo-tenor do cão de raça coelheira. A primeira parte é abrilhantada pelo grupo de cânticos “Os Repolhos da Reforma Agrária”.
20:00h – Jantar conbíbio à bolta da mensa e olserbação do episoide da nobela “COIRATO CUM AÇORDA” na nossa TV.
22:00h – Bálhe à bolta do atrelado do tractor do Belarmino Anestésico, abrilhantado pelo famoso grupo musical “Peso Bruto Em Chispes
00:00h – Sessão de punhada encerratiba.
Participa com a Caramelândia e na fiques aí feito parbo, sintado a olhar.

17.4.06

TV E A NOVA NOVELA CARAMELA

Neste Domingo de Páscoa, foi finalmente fundada a TV caramela pela companhia A.I.H.&T.C. (Arrumos Hortoflorícolas Independentes & Telecumbersa Caramela), que é um consóirço que ajuntou o armazém de ozalite do Jaquim Pardal (Palhota) amais a aparelhaige de fazer televisão caseira, cumprada pelo pecuáiro Eufrásio Vinícola. Estes dois homes brabios inauguraram a primeira emissão, cortando simbolicamente com um alicate o arame de fardo que atava a antena transmissora à lâmpada florescente dos estúdios. A emissão ainda deu os 12 segundos do hino caramelo mas a queda da antena amais a lâmpada obrigou a inauguração prosseguir com pitromaxes e adiar a transmissão para a Terça-feira, dia em que estreará a primeira telenobela caramela. A nobela, com o nome “COIRATOS CUM AÇORDA”, é totalmente falada na nossa linguaige e retrata o dia a dia do nosso pobo, as suas atitudes e ocupações, os seus romances e garreias, as suas manhas e segredos; as bardades e as mintiras.


Resumo do 1º Episódio dos
COIRATOS CUM AÇORDA


Venãiça da Verruga pega no telemóvel e chama o marido reformado (Albino Chispalhudo), para vir almoçar:
- Ó home onde tás tu, na sabes que já é mi-dia?
- Tou aqui incostado à parede da Caixa Agrícola.
- Mas tu na óbistes a gaita dos bombeiros a dzer “mi-dia”?
- Óbi, óbi, mas táva aqui na cumbersa…

- Tal tal a cumbersa! A sopa já tá na mesa.

Enquanto isso Frederico dos Burquins (Venda do Alcaide) acaba de bender uma ficha tripla a Sebastião Conduto, para que nessa noite possa abrilhantar com caraóque a bisita oficial do Presidente da Capital Caramela à Cascalheira.
No cruzamento do Rio Frio já Sol-posto, quanto a pardalaige regressa, um tractor bira as rodas e vai em direito ao Poceirão. Mas quem é que o mandou ir práli? E será que bái mesmo ou bolta pra trás? Ou infia-se por um caminho escundido? Só a Ti Jquina Seborreia, que estava apanhar erva prá coelhaige, poderá desvendar.


Caramelos e caramelas não percam os próximos episóidos dos
COIRATOS CUM AÇORDA


Qualquer semelhança destas personaiges cum a bida real tá logo a garreia armada.

12.4.06

Bá par fora cá dentro

A FLC já habituou a malta caramela a perspicazes e eficazes investigações sobre tudo o que se passa nos bastidores da caramelândia.
Desta vez, enviámos 4 homens com provas dadas na nossa cultura, que durante 4 dias e 5 noites, se mantiveram dentro das instalações secretas do recém criado Ministério do Turismo Caramelo, disfarçados de bustos (de bronze) de importantes personalidades da região.
Quando regressaram, entregaram-nos (apesar de famintos e exaustos até ao coirato), um extenso relatório com dados importantíssimos sobre a estratégia de desenvolvimento
do turismo caramelo
.
Vai ser então criado um programa especial para que as famílias caramelas conheçam o país (caramelândia) onde vivem e tenham cada vez mais orgulho do que são.
Aos fins de semana, haverá descontos e bilhetes especiais para grupos, onde se inclua pelo menos um estrangeiro (indivíduo não caramelo), podendo os turistas escolherem entre diversos percursos, como por exemplo o percuros denominado 3 P’s com Tinto: Pinhal Novo-Palhota-Poceirão, ou o percurso B de Brabio: Baldera, Benda do Alcaide e Binha do Ti Toine Granada. Outro percurso a destacar é o das lojas tipicamente caramelas e locais de consumo genuínos como a Reforma Agrária e claro, o Marcado. O transporte será feito em carroça puxada por machos de raça caramela, existindo também a opçãp Zundapp ou Famel (com ou sem carro lateral). Cada percurso terá ainda um leque de opções extra, que permitirão ao visitante um verdadeiro banho inxauguado de cultura caramela. Estas opções são por exemplo, um contacto com grupos de Círios (com demonstração de foguetaige rija), um encontro com poetas populares com despique de quadras sobre a nossa nação ou uma demonstração do típico debate-garreia, um dos costumes mais arreigados do quotidiano popular (encenada por elementos do Teatro ATA). As visitas serão guiadas por técnicos do turismo caramelo (actualmente em formação), que só poderão falar em caramelo puro. Será fornecido (mediante pagamento extra) um dicionário (fotocopiado, a devolver no final da biaige) de caramelo-português. Outro elemento de base deste projecto é o destaque que a gastronomia terá, estando presente em todos os percursos, bastando a escolha do menu mais apreciado.
Será também lançada uma verdadeira operação de publicidade, sabendo a FLC que irão ser contactadas diversas homes importantes cá da grei (Paquito Caramelo, Toino das Ideias Parbas, Ti Balbina Acocorada, etc) para promoverem o programa. O slogan de promoção bai ser colocado im todos os meios bidons dos cafés da nação (8798 no total) e im árbores em locais estratéigicos, para que todo o pobo o beja e comece a biajar.
O ministério do Turismo Caramelo defende que “éi naçassáira a criação de uma bardadera rede entre localidaides caramelas, onde a língua, os costumes e a traçaige (gastronomia) sejam o triângulo que lebim (e elebim) o pobo caramelo à autodetarminação e bardadera libardade de exprassão”.

“Bão par fora cá dentre, e ó depois digam qualquer coisinha à gente”

7.4.06

A LINGUAGEM DO FOGUETE

A poucos dias do anibersário da ocupação deste espaço baldio, a FLC foi à procura dos técnicos operadores de fogo rijo para marcar a nossa cerimoina. Eis que nesta précura, incuntramos material secreto que revela a linguagem complexa contida no rebentamento de foguetes. Essa linguaige foi criada pelos nossos antepassados e destinava-se à comunicação entre a Caramelâdia e os povos circundantes. Viemos a saber que arqueólogos encontraram na Carregueira um esqueleto (sem uma mão) que se suspeita ser do Caramelus-afarensis-Carregueirensis, pois guardava com orgulho uma cana de foguete rebentado.

A linguagem, até então desconhecida, foi pacientemente decifrada a partir dos fragmentos da cana. Foi Celestino Bombista, presidente da C.C.C.L.F.R. (Confederação dos Círios Caramelos e Lançadores de Fogo Rijo), que levou dois anos a decifrar o código do rebentamento do foguete.

Hoje, numa entrevista no café “A Mine Embalsemada” revelou-nos o segredo:

FLC - Diga-nos lá, afinal os foguetes não servem só para fazer barulho, mas para dizer qualquer coisa à gente, não é?
Celestino B - É pois. A fugetaige é uma linguaige desimbolbida pelo nosso pobo…
FLC - Explique lá isso melhor …
CB- Por exemples, tá tudo na rua a andar normalmente feito parbo, de repente dá-se o rebentamento dum patardo nesses ares, o qué que quer dzer?... Quer dzer “Tá lá em cima.” Se for ao longe quer dzer “Tá lá longe”.
FLC- Ah!...
CB- Pois é! E quando tá muita fuguetaige a estralar ó memo tempo?... Então tá-se a dar uma grande cumbersa tá a cumprinder?...
FLC - Tipo debate-garreia em fogo rijo?
CB - Pois.
FLC - E o que quer dizer essa conversa?
CB - Bem, o assunto é bariábel de cumbersa pa cumbersa, mas quer dzer “Ê pá, tá aí uma fuguetaige caté cria bicho!” ou intão “Ê pá, tá aí uma fuguetaige cagente apanha medo à coisa!” ou intão quer dzer “Ê pá, balente fuguetaige!” ou intão quer só dzer “Ê pá!”
FLC - Estou a perceber…
CB - Pois!... E mais, por exemples um patardo muito forte, mas mesmo muito forte, ao fim duma grande cumbersa de foguetaige quer dizer “fim da mensaige”.
FLC - Ah! Já percebemos.
CB - Agora é só óbir com muita atenção.

E desta forma libertámos, mais uma vez, a nossa cultura brabia.

Crânio do Caramelus-afarensis-Carregueirensis.
Suspeita-se ter visto de perto um rebentamento desolserbado.

5.4.06

CAPITAL DA NAÇÃO CARAMELA


PINHAL NOVO É MUITO MAIS QUE CONCELHO.
PINHAL NOVO É CAPITAL DA NAÇÃO CARAMELA (E VAI SER MEMBRO DAS NAÇÕES UNIDAS E PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE)
PALMELA É JÁ UM BALDIO AO PÉ DAGENTE

3.4.06

Depois de Março a partir, Abril à punhada

Depois da Nação Caramela ter assistido e inchido até ó cagulo a sede dos Bombeiros ao longo de Março, a respeitosa coletbidade contactou a FLC no intuito de serem desbiadas para o ar libre as próximas actibidades culturais de Abril.

A reunião clandestina, já com a nova presidenta, teve lugar dentro duma ambulância, vigiada por seguranças da legião caramela, uns camuflados de camionistas (no lado do parque privado de camiões) e outros de fiscais-de-linha (no lado do Pinhalnovence). Nessa reunião os generais da FLC tiveram a oportunidade de felicitar a nova presidenta (mulher brabia de grande coração caramelo), com uma balente cerimoina emburcando 6 grades mines desinfectadas, amais coirato assado no desfibrador da ambulância. Depois de todos desólserbados o assunto tratado foi: O regresso à cultura brabia em céu aberto e deixem lá os homes da paz im paz.

Dessa maneira, ficou dito o seguinte:
“Programa Abril à punhada”

Dia 1- “É mintira.” Uma iniciatiba do ministério da cultura. Todos os caramelos imaginam um autarca qualquer, saem prá estrada e contam uma mintira ao primeiro que incuntrarem.
Dia 2 – “Domingo”. Cada um faz o que quiser à sua buntade e ninguém tem nada cum isso. Actibidade desimbolbida pela facção liberalista da FLC.
Do dia 3 até ao Quarto Crescente – Olserba os vasos, os canteiros, e os interbalos das pedras debaixo dos carros belhos. O musgo está a desaparecer!! É tempo de semear abóboras por aí.
Dia 14, Sexa Feira Santa – Apanha da erva prá coelhaige. Concentração de menardas de caixote traseiro, na Carregueira, seguindo a apanha de erva até ao Poceirão. Basta seguir a ti Pacheca da Famel esverdeada.
Dia 15 – Apalpação da galinha poedeira usando o dedo maminho (com a unhaca grande). Olserbação da passaraige a fazer o ninho nas árves, óbindo os seus cantos. Nesta actibidade contamos com a presença dos sóiços da Columbófila, actualmente muito dados às actibidades de relento.
Dia 16 – “Páscoa”. Congresso do meio-bidom-pascal e assada de coelho com ovo pintado com mines. Actibidade na sociedade do Terrim. Campeonato de tiro de flóberes (sugeito a inscrições-grito). As caramelas se quiserem cumbersam umas com as outras enquanto isto se processa.
A nação caramela está forte e sadia.