23.7.06

Primeiro Uestern à Caramela

O Ministério da Cultura Caramela acaba de anunciar a abertura de um concurso para o primeiro filme de cóbois à caramela.
A ideia de uma coboiada caramela surgiu depois de Bazancio Esgrabulha (responsábel pelo sector audio-bisual da caramelandia) ter realizado um inquérito a cerca de 1000 homes-cidadãos antigos utentes do cinema da S.F.U.A., no qual pricuraba saber qual o tipo de filme que estes mais gostabam de ber. A resposta foi esmagadora com cerca de 90 por cento dos inquiridos a responder „filmes de cóbois, pois atão!”.
Assim, podem-se candidatar „todos os homes que tiberem ideias parbas ou não e uma camera à mão. A F.L.C. sabe tambem que o Ministerio da Cultura Caramelo tem cameras de filmar para imprestar ao pobo, para que se comece „a impriender essa tarefa Hercuila de fazer o primeiro grande clássico do cinema caramelo, para o qual na bamos olhar a despesas”, afirmou Esgrabulha, enquanto num costume muito seu, esgrabulhaba com a unha do dedo indicador da mão direita, a narina esquerda, ja dilatada por este hábito herdado do avô paterno.
As únicas regras para os pretendentes a realizadores são as seguintes: que o filme seja totalmente em língua caramela e que os cabalos sejam substituidos por menardas Sach ou Famel (de preferencia que estejam artilhadas). A F.L.C. sabe tambem que bai ser aberto um castingue para incuntrar actores brabios, porcos e maus. Os actores serão pagos à jorna e os figurantes terão direito a uma Sumol (laraja ou ananás) ou uma mine e a uma intarmiada/ coirato (por cada dia de filmaige).

Participa se és jobe ou belho, se és parbo ó não.
Este filme bai fazer parte da históira da nossa nacão.

17.7.06

Os bersos populares

Chegou aqui ao nosso baldio os bersos do Zémanel Calibrado, o poeta popular da Fonte da Baca que ganhou o 1º prémio do cuncurso da Junta de Freguesia “Bersos na ponta do beiço”. Aqui ele oferece à gente uma berdadeira obra caramela, dedicada à sua flober.


A nha Flober

Com a nha flober sou o rei
Tenho uma ganda apontaria
Até já acertei
Nas nalgas da tua tia.

Dizem que é mintira
Mas nã tás bem a ber
Nã preciso de ponto mira
Até acerto a correr

Não falho uma lata,
Esfrangalho qualquer bolota,
Até dou numa beata
Como daqui à Palhota

Com três chumbinhos no beiço
Dou uma bolta ó estendal
Dois deles acerto nas molas
e outro furo o lençol.

Podes crer que é berdade
Se tás parbo e descunfiado,
Eu acerto num papo-seco
Como daqui ó Pintiado

De flober e de bciclete
A apontar e a pedalar
Já acertei numa chiclete
Que tinha cuspido pró ar

Tás parbo e com azia?
Tal é a precisão!
Acerto num palito
Como daqui ao Poceirão.

Nã falho caricas, sou perfeito
Nã há quem imagine
Acerto mesmo a preceito
E abro logo uma mine

Com o cano apontado,
do parapeito da nha janela,
Acerto numa mosca
No castelo de Palmela.

E agora pra acabar
Só tenho uma coisa a dzer
Sou o melhor da flober
E quem me cuntrariar
Leba chumbo a baler.

13.7.06

As nobas salas de aula

Deribado ao excesso número de jobens caramelos dentro das nossas escolas, a FLC foi contactada pelos presidentes das escolas da Caramelândia, (Ciclo amais a Escola Secundáira) para uma reunião clandestina de índole aflita, escundidos na malhada do burro Justino, em Poceirão.

Feita a reunião, a FLC meteu mãos à obra e ajuntou de urgência as suas altas patentes à bolta dos matraquilhos, na sede do Terrim, de onde se delineou o pugrama “Escola em Cagulo, Assenta-te Aqui ao Colo”.
Este pugrama bai insinar os professores e professoras prá bida brabia e costumes caramelos, enfrentando as nobas necessidades educatibas da escola em cagulo.

Eis então, em traços gerais, o pugrama “Escola em Cagulo Assenta-te Aqui ao Colo”

- Como infiar uma turma de 30 alunos num vão de escada: (bisionamento dum filme antigo, mostrando o acondicionamento de 174 caramelos a lerem o jornal, em cima dum tractor a caminho da bindima).

- As aulas na arrecadação: como conbencer a funcionaira a deixar entrar uma turma na arrecadação; prendinhas mais usuais e técnicas de diversão; como inventariar rapidamente os materiais antes e depois da aula;

- Práticas de invasão de esplanadas nos arrabaldes à bolta da escola: as melhores sombrinhas e os melhores serbiços de mensa com mines pra aparbalhar o cérebro ávido de aprender.

Na falta de professores e em substituição das aulas, a FLC oferece os seguintes serbiços (aprobeitando as casas de banho): como converter retretes em gabinetes de autodidactas; exercícios de concentração e leituras apropriadas; estudo dos sifões e dos vasos comunicantes; filosofia existencialista e práticas de reuniões clandestinas;

Este pugrama já foi parar às altas instâncias do ministério e é pra começar já em Setembro. Se não começar, a FLC e a população do Poceirão bai soltar a burra reguingosa Mari d’Lurdes* caté bai escoiceando na auto-estrada até Lisboa.


* A burra Mari d’Lurdes é uma arma equídea, desimbolbida nos laboratórios genéticos da FLC.

9.7.06

Cuiratos cum Açorda


Eis mais um belo episoide dos Cuiratos cum Açorda, este totalmente dedicado ao início da época balnear.



É Verão. Os bumbeiros fazem a sessão oficial do fogo selbaige e do fumo alboraçado, lembrando a eficácia do repuxo em zig-zag pra apagar o rastolho.

Na presença de todos, oube-se o discurso solene: “É hora de desinrolar as mangueiras. Há por i muitos espalha brasas e o fogo pode emparbecer a partir de qualquer tição”. Nisto, Venãiça lembra-se e diz para Chispalhudo:

- Chispa, tou cum calores!...
- Bai boer auga ali do autotanque e alimpa-te. –
responde o home.
- Bamos ximbora daqui mazé. Anda mais eu à piscina da Graciete do Corrimento.
- Não. Só se formes à barraige do Rio Frio?
- Tu na me contrareis, óbistes? Tá lá tamém o Frederico dos Burquins amais a Toina dos Queijos e os Firminos. Tou cum calores, óbistes.
- Tá bem, óbi.

E lá foram eles de Bolksbaige, por terra batida, até Baldera.

Já a meio da tarde, enquanto os Firminos contam as peripécias do casamento do Presidente da Capital Caramela, Toina dos Queijos pede a Chispalhudo para lhe besuntar as costas com bronzeador. Venãiça ressona à soalheira, espernegada numa toalha em cima da gravilha das obras da piscina. De vez em quando coça a verruga. Coça até acordar aparbalhada e depara-se com a massaige gordurosa. Ela não é de se ficar. Com o sangue nas beias grita logo toda desostinada:
- Óhhh Chispa, atão mas tu tás a embornear a Toina toda?
- Tou só a embornear ela nas costas cum bronzeador.
- Tu sai já daí antes que eu massaige mazé os dois cum grabilha.
– grita ela mais uma bez arremessando gravilha espantando-os pró meio da vinha.

Os Firminos, já a quererem ensinar francês à Graciete do Corrimento e a assobiarem as músicas que os FoxTrot tocaram no repasto casamenteiro, levam também com a gravilha pelo focinho caté…

E agora o que é que bai acontecer?

Não percas o próximo episoide antes que lebes tamém cum grabilha pus queixos.


Qualquer semelhança dos acuntecimentos e das personaiges cum a bida real tá logo a garreia armada.

5.7.06

Consultóiro do dia-a-dia


Aqui podes fazer as tuas précuras e dizer dos teus aleijões e brotoeja. A FLC tem um rancho de caramelos especializados que te darão as respostas certas.

Pergunta de José Lourenço (o Zeca das fotocopiadoras)

Ora munto boa tarde. Sou caramelo há 34 anos, naxido e criado. O que me leba a escreber esta carta urgente é que eu cá nã ando lá muito bem de há uns tempos pra cá. Ando nerboso, muita narboso. Nã sei se isto é do mundial de futebol, mas só me dá buntade de apitar na nha Bedford e andar à roda dos pinheirinhos cum a caramelaige toda a saltar em cima do taipal… mas hoije (nã sei se é deribado a Portugal ter perdido cum os franceses), só me dá buntade de escabacar tudo. Até dá ãinças. Já falei ca nha Fatinha e ela disse-me que eu tou doente e preciso de ir ao psicólogo. O que é que me acunselham antes que eu escabaque já isto tudo?


Ó meu rapaz, um caramelo brabio nunca precisa de ir ao psicólogo. Isso é doença da pandleiraige americana e do resto da Europa. Caso não saiba, as únicas doenças tipicamente caramelas são a comichão e os calos, e a única doença conhecida de foro psicológico é o Sindroma de Enresinamento Após um Jerrican de Tinto. Portantos o que bocemecê tem, nã é nada de especial mas, pelo sim pelo não, a gente aqui dá-lhe uma mesinha pra se acalmar. Esta mesinha é retirada dos escritos antigos encontrados nas caves do Rio Frio, compilados pelo Zimbão Cornadura no libro “Receituário de mesinhas peidorrentas, benzeduras e bons conselhos

Receita para acalmar:

1- Espera pelo marcado mensal do Pinhal Nobo;
2- No marcado, compra um mata-moscas do tipo manual por espancamento (dá-se preferência aos que têm cabo de arame).
3- Volta pra casa e vai mostrando à bizinhança a tua nova aquisição;
4- Orienta-te para a bala da Salgueirinha e abre a janela totalmente (quer estejas no Lau, na Carregueira, na Benda do Alcaide ou outro lugar qualquer).
5- Conta até cem;
6- Fecha a janela e olserba as moscas a aboarem num balho ao centro da sala. Elas são todas tuas e ninguém as poderá salbar.
7- Deixa-as poisar… uma a uma (evita que elas poisem em cima de ti);
8- Quando a mosca estiber a lember as patinhas, dá-lhe com o mata-moscas no lombo;
9- Repete a operação até acabares com elas todas.
10- Bebe uma mine e ajunta os despojos com um rodo.


Nota : Do 4 ao 10 as operações devem durar cerca de 50 minutos. Se ainda tiberes ãinças, repete os procedimentos. Estas actibidades podem ser feitas em grupo, dentro duma coletbidade.

Resposta de Jaquim Espertíldo – presidente do Instituto da Cabeça e do Pente (entidade que conta no seu palmarés, o estudo catalogado de mais de setecentas cabeças caramelas).

4.7.06

Caramelândia apoia a selecção

A nação caramela tem seguido atentamente todos os jogos da selecção portuguesa de futebol.
Não têm faltado mines, meios bidons, coiratos, fogo rijo e zundap’s artilhadas em delírio rátérico nos festejos das vitórias.
A FLC sabe que para hoje, caso Portugal vença, os Círios da Carregueira têm planeado duas voltas completas à capital caramela, sempre a tocar, sem parar, todos a cavalo numa carrinha de caixa aberta, onde irá também o famoso lançador de foguetaige Toine Joaquim da Mão (de cigarinho acesso ó canto da boca), não dando descanso ós ouvidos do povo caramelo.
Têm chegado cartas de todos os pontos da nossa nação, pedindo-nos para que publicitemos o apoio a Figo e companhia, mostrando que os caramelos também são portugueses, “só que ainda mai rijos”, como referiu Toine da Mão, enquanto treinava o lançamento do fogo rijo para logo à noite.
Toda a nação caramela, deseja que Toine da Mão (assim conhecido por só ter uma mão), enrige os céus caramelos de foguetaige logo à noite.