21.2.07

Carnabal 2007

Os Amigos de Baco, aflitos com a ruindade das forças palmelonas cada bez mais forretas e com a ruindade do tempo cada bez mais parbo, tiveram que se reunir de urgência, com a FLC, para aconselhamento logístico-caramelo e resolução de problemas.

Soubemos que 48 horas antes do acuntecimento carnabalesco, já estavam completos 380 tractores alegóricos de grande catigoria que iam incher a abenida até ó cagulo, num cortejo caté incaracolava com 3 boltas e meia às bombas de gasolina (a passar por dentro do Mc Donalds). Desses 380 tractores 377 eram luxuosamente decorados com canas, paus de fórfo, crochés caseiros, pitromáxes e ao som de flaitas de beiço, tudo… tudo pago com fundos do Governo Caramelo. No entanto a ruindade do temporal fazia querer que, quando o último carro passasse im frente à estação, já taba toda a gente im casa a ler o seu livro preferido. Assim, à última da hora, a FLC arranjou uma solução para o temporal, negociando com nosso Zimbão Cornadura, o uso das suas forças e mezinhas pra fazer um buraco de nubem, com uns raiozitos Sol, só pró pelotão de caramelos agro-sucateiros. O resto era temporal certo. Por isso é que só foram impurrados avenida abaixo os 3 tractores de esferovite e celofane, pagos pelos Palmelões, ficando os nossos preciosos 377 veículos caramelos guardados pró ano que vem.

Aqui, ainda antes da passaige do cortejo, o gintio estaba na dúbida: ó chobe ó na chobe?

A imaginação não pára, é uma constante caramela, em qualquer altura do ano. Reparim na flober de pau.


Este ano, a abrir o cortejo vinha um elemento da FLC, disfarçado de cigano, a binder balões. Um excelente sentido de oportunidade da FLC pra equilibrar as finanças.

O carro da "Floribela" com o regador maléfico a gotejar celofane euro-palmelão. Os Amigos de Baco bem queriam fazer o carro dos Cuiratos cum Açorda, mas os palmelões iam desmaiando com a ideia.


Um caramelinho dentro dum caixote a guardar uma grade de mines. Assim é que se faz um home balente e sadio.

Dois agentes da FLC a tomar conta da ocorrência. O canito, de raça coelheira, tamém tava mascarado à Zorro, como se pode ber na códaque im baixo.


O canito cheirador de cuirato.



O casal de cabeçudos objecto de adoração popular em toda a caramelândia.

O tema carnavalesco mais preferido dos caramelos é mascararem-se à “Vizinho”. Se o bizinho é estucador, mascaram-se com fato-macaco todo sarapintado de estuque, se é mecânico, já o fato-macaco vem todo emborneado de óleo, se for agricultor, o fato-macaco é acompanhado com umas galochas carregadas de barro. A caraça mais comum é a meia de vidro infiada pela cabeça abaixo, simples ou com gorro. No entanto há bariantes, tais como o general-ciclista.

A casa das meninas em cima dum taipal.

Uma cliente a buer uma "survia". Vai a demosnstrar como se faz, para a repaziada que anda a buer sumol, quando for grande, se deixar disso e ingressar no mundo balente das mines.

Um carro da polícia e as suspeitas a correr atrás dele.

Uma das 432 igrejas da capital.

Restaurante chinês, aproveitando a canzoada pra fazer xim-xau-xung, uma iguaria de grande empanturramento.


Um riquexô caramelo, retirado da cabeça dum empreiteiro.

O pelotão das zundápes e das faméis. Prova-se que o caramelo é poupadinho, pois são as mesmas do ano passado e levam grande estima para serem usadas nos próximos anos.

O único carro alegórico alusivo à CP, todos os anos numa participação aos sss.

Mais uns caramelos bem arreados.

Um olhar final pró cortejo a abalar rua afora. Pró ano, se chover, haverá um cortejo só com rulótes das farturas, carrinhos dos tremoços, atrelados da reforma agrária e meios-bidons em labaredas a distribuir cuirato pelo gintio.

4.2.07

Belarmina Acocorada prepara-se para lançar novo livro

Um dos maiores vultos da cultura caramela contemporânea continua a criar de forma frenética e não pára de nos surpreender com rasgos de puro caramelismo literário dificilmente superável.
A autora encontra-se neste momento incontactável, totalmente debruçada na finalização da sua nova obra, repartindo os seus dias entre as batatas (estamos na época das geadas) e a escrita, que alguém já designou de caramelócompulsiva. De referir que esta vivência quotidiana serve de mote para o título do livro que contém também alguns elementos autobiográficos, importantes para os (cada vez mais) estudiosos da sua valiosa obra. Pensamentos da Geada na Batatataige é então um título a não perder e que pode bem substituir a leitura do Jornal do Pinhal Novo durante uns tempos (que no entanto continua a ser muito útil para acender o meio bidon).
A FLC, sempre atenta à cultura caramela, publica em primeira mão dois novos poemas populares da Ti Balbina Acocorada, que merecem leitura e releitura(s) atenta(s).


Sou repariga e balente

Sou uma repariga da estrada
Bou e benho de matina
De apelido sou Acocorada
Mas pa insinar os outros
Nunca tibe de dar punhada

De manhã dou de buer aos porcos
Ca mim na mapanham descalça
Se me quiserem pricurar
Bão ber dentro dos poços

Ó geada braba e malina
Que aparas a batata pó azeite
Antes o Inverno agreste e balente
Cuma latada da nha prima Mari’ Alfeite

Bou agora cozer grão
E buer um copinho de binho
Gosto de ber telebisão
E óbir aqueles homes lá do Japão.

Nã sou amiga da geada
Na gosto dela nim caiada
se toca na minha batata
dou-lhe com o sacho e cabeçada

tenho mais um libro pronto
mas debo de dizer o seguinte
nã me chamim baidosa
mas escrebo com uma rapidez parba

parece que há tiro lá fora
Já tou a óbir as rajadas
bou buscar a nha flóber
enquanto traço umas queijadas

A bacina da Câmara

Atão na querem lá ber
Querem lá na ber atão
Bão daqui mas ei
Antes quê solte o cão

Bamos à bacina quei de graça
Bamos lá que não ei longe
Já tenho a canzoada e cordel
Mais bale aqui do que im Alpiarça

Os canitos são balentes
Ladrim ladrim mês marotos
Gosto muito de os ber
a buer a água do esgoto

Da bacina gosto pouco
E da bacina da câmara atão nim falar
Mas se me querem bacinar
Olhem que eu cá nã sei ladrar

Ódepois bamos imbora
Bou eu amais a canzoada
Nã sou esperta nim parba
E muito menos caramela ladra