30.9.07

Mobilidade caramela II


Já dissemos coisas parbas de abiões e até já foi limbrado (aqui nas cumbersas da coletbidade), aqueles caramelos que tiraram o brébê no intigo abião do parque. Mas a nossa mobilidade na acaba nos abiões. Após bários estudos clandestinos feitos palmo a palmo à linha do cumboio berificaram-se bários fenómenos que só têm paralelo na CP do sul da Índia e nas províncias do interior de Moçambique.

Belhos são os tempos em que uma pessoa podia ir de cumboio de Algeruz à Jardia, ou da Lagoa da Palha ó Poceirão, ou do Pintiado à Benda do Alcaide, ou… Bem, isto quer dzer que agora tá tudo acabado e até na estação do Pinhal Novo só param os cumboios que bão pra Madrid, e ninguém bai feito parbo pra Madrid cumprar uma dúzia de ovos caseiros, se tem a reforma agráira logo aqui à mão.
Foi berificado que, à medida que as estações e apeadeiros foram fechando e os cumboios foram passando em alta belocidade sem parar, os caramelos aperfeiçoaram a técnica de embarcarem no cumboio em movimento usando zundápes a punho cerrado a açaparem lado a lado (na recta do Poceirão), pró pendura poder saltar par drento do cumboio im segurança. Até se contam muitas histórias sobre a maneira elegante de como as caramelas voavam das zundapes para o estribo da carruaige sem mostrar as cuecas e sem despentearem os seus belos caracóis.

Uma outra técnica era apanhar o cumboio em movimento, saltando do alto das pontes pró tejadilho das carruaiges, usando uma manta pró frio e sintir o conforto da queda. Com o tempo tudo isto acabou porque a Fertagus abançou com uma espécie de cumboios escorregadios que na dá pra ninguém se agarrar e ainda por cima incheram os tejadilhos com cabos eléctricos de alta tensão prós caramelos nã se chegarem lá perto.

Temendo que a Nação Caramela retire oficialmente os cumboios da sua belhíssima cultura ferrobiária, remetendo os cumboios ao desprezo, a FLC anda a estudar táticas de apanhar estes cumboios com potentes ventosas. Os testes já foram efectuados com resultados satisfatórios. E porque o caramelo é um ser que se adapta facilmente a soluções brabias, acreditamos que ainda é possíbel sustentar o cumboio na nossa cultura, quanto mais na seja pra saber onde fica o lado Norte e o lado Sul da nação!

Mas… pelo sim, pelo não, já está no nosso pinsamento, muitas outras formas de transporte, como por exemples o transporte pudaleiro-caramelo e o transporte equídeo-propulsionado como se pode berificar na feira aqui na nossa capital. Mas há muitas mais formas de como o caramelo do futuro bai andar dum lado pró outro, e isso é o que a gente bai ber já nos próximos dias.

25.9.07

Mobilidade caramela I

Há cerca de 90 anos atrás, forças governamentais pediram aos mais altos técnicos caramelólogos da FLC para fazerem um estudo pra um aeroporto na nossa nação. Nessa altura, em relatório final podia ler-se que “se o nosso pobo nã precisa de andar por esses ares pra ir dum lado ao outro do Rio Frio, intão é porque o melhor é dixar os céus por conta da passaraige.”
Não convencidos com os resultados, foi pedido outro estudo, mais a fundo, de onde se concluiu que “além do Rio Frio, os abiões tamém nã prestam par lebar os moradores duma ponta à outra do Lau.” Contudo, nesse estudo, após um meticuloso cruzamento de dados, chegou-se à conclusão que “quando os abiões andarim baixinhos pode ser benéfico à cultura da fuguetaige nocturna, porque é possível um patardo infiar-se drento da turbina dum Airbus 340, multiplicando o som marabilhoso do rebentamento e o seu enfeite pirotécnico.”

Depois deste relatório foi abandonada a ideia do aeroporto em território caramelo até aos dias de hoije.

No entanto, por auto recriação, a FLC continuou a fazer mais e mais e mais e foi concluído que “os abiões tamém na serbim pra ir da Palhota à Benda do Alcaide, nim dos Cajados à Fonte da Baca, nim dos Batutes a Bal da Bila, nim dos Arraiados ó Marcado do Pinhal Nobo. Só ontem é que se descubriu que talbêz… talbez, o pobo carmelo precise dum abião pra ir pra Troia, à praia, quando os Ferry-boats forim parar a Grândola.” Os estudos vão continuar.

Enquanto se aguardam novos resultados, a Junta de Freguesia da nossa capital (aconselhada pela FLC) bai desembolbendo alternatibas à mobilidade caramela tais como a cabalaige, carroças e bcicletas e outras soluções ingenhosas.

Aguardam-se grandes surpresas na forma como o caramelo do futuro bai andar dum lado pró outro.

20.9.07

Última Hora:
Especialistas internacionais detectam referências à FLC na mais recente mensagem de Bin Laden

A notícia pode alarmar toda a nação caramela e denegrir o nosso bom e pacífico nome. Segundo a Rádio Antena Caramela, alguns especialistas internacionais em descodificação de mensagens binladeanas, afirmam que a sigla da FLC aparece mencionada pelo menos duas vezes e meia na última mensagem de Bin Laden e alguns deles dizem mesmo ter encontrado a palavra caramelândia no discurso deste homem.
A FLC saiu à rua e foi questionar algumas importantes personagens caramelas, sobre qual a sua opinião a raspeito de assunto tão delicado. Ficam aqui algumas reacções, que os nossos enviados especiais conseguiram desatarrachar da quecharra do bom pobo caramelo.
Celestino Bombista, home rijo e presidente da Confederação dos Círios Caramelos e Lançadores de Fogo Rijo, taba em reunião secreta na capital sagrada da foguetaige – Atalaia- mas mesmo assim nã se acanhou de dezer o que pensa:“Ora bem…(pausa pa meter uma mine nos quexos)… par mim isto ó são pinsamentos parbos desses homes…(bai nobamente a mine dincontro ós quexos…) desses homes comê dzia, os desimparbalhadores de mensaiges, ó atão ei a nossa Antena Caramela que singanou, mas ê cá bou mais pa primera aposta quê cá nã sei o que bai na cabeça desses homes que debem mas ei de pinsar na sua bida e dixarem de opinar sobre coisas má párbas cum foguete das festas das bindimas. E algma bez esse Albino Laden tebe por aqui? Era logo corrido a fogo rijo de criar bicho caté apanhaba medo! Ele que benha à Atalaia, se ei home”. Para Balentim Desidratado, presidente do Futebol Clube do Forninho “só pode ser uma noticia sim chispes nim cabeça. Atão álgma bez esse home disse isso? Nunca óbi nada, bão mas ei bardamerda amais essas notícias. Cá par mim, debe de haver palmelões infiltrados na Antena Caramela”. Já Toino Fraticida, especialista em Política caramela internacional, afirmou (enquanto cortava o cabelo no Álvaro Barbeiro na capital caramela) que “não faz parte do espírito do pobo caramelo a garreia com esse tipo de armas-bombas (…). As armas desses tarroristas não são as nossas, nós somos mais punhada e latada de criar bicho (enquanto soletrava estas palavras, a tesoura zunia à volta da sua cabeça com golpes de mestre)… o home caramelo nã ei um home-bomba, ei um home de hábitos de garreia local e sabe pouco de geografia mundial.”
De regresso à nossa sede, encontrámos ainda Albino dos Ácaros, a caminho da Palhota, que se prontificou a encostar a sua carrinha de caixa aberta na berma da estrada (Albino recolhe colchões ao domicílio, quando não está na Raforma Agraira). Quando o questionámos sobre este assunto, encolheu os ombros, fez o gesto do Zei Pobinho e gritou: “Bão trabalhar malandros! Temos cá bombaria, mas cum chero!”. Dito isto, alçou rapidamente umas das pernas, e já de costas para nós, antes de entrar na fragnete, descarregou um mortero dos seus,. Apesar de estarmos em campo aberto, tibemos de ebacuar.
A FLC não dará qualquer resposta oficial a esta notícia, pois o povo caramelo nas pessoas de Celestino Bombista, Balentim Desidratado, Toino Fraticida e Albino dos Ácaros já desseram tudo.
Biba o Pobo Caramelo! Biba à Paz Caramela!
E MAI NADA.



15.9.07

Consultóiro do Dia-a-dia

Aqui podes fazer as tuas précuras e dizer dos teus aleijões e brotoeja. A FLC tem um rancho de caramelos especializados que te darão as respostas certas.
Pargunta:
Olá, senhores da FLC, eu sou o Fernando Oliveira da Silva e moro nos Batutes. Vim para aqui morar por ser uma zona calma e aprazível e repleta de espaços verdes. No entanto, por ser uma zona do campo, e estar junto dos autóctones ditos “Caramelos”, o meu filho mais novo passou a querer apanhar grilos. Primeiro achei muito estranho, e confesso que nem simpatizava com os Caramelos, por isso quis esclarecer-me. Em Agosto dirigi-me aos serviços camarários, em Palmela, para me orientarem sobre esta prática que, segundo se diz, é comum entre os mais novos aqui nesta região. O problema é que não obtive qualquer resposta, o que me indignou profundamente. Por isso é que me dirijo a V/ Exas da FLC para obter uma resposta concreta sobre a prática da apanha do grilo e de como posso ajudar o meu filho a apanhar esse insecto, assim como converter-me à cultura caramela. Obrigado pela atenção.
Resposta:

Oh meu rapaz, bocemecê beio ter cum a maltezaria certa pra saber tudo sobre a grilaige, e mais: para ser abençoado pela irmandade caramela.
Im primeiros, amandamos já um foguete pró ar por sabermos que o seu pingarelho mais nobo está a integrar-se muito bem na nossa cultura querendo apanhar a bxeza, principalmentes o grilo que é cunsiderado um dos tenores mais simpáticos da nossa terra, hã?


Antes de mais conheça bem o grilo:
Fique logo sabendo que o escunderijo preferido do grilo caramelo (gryllidae caramellae) é debaixo das pedras da linha do cumboio e, por isso, no princípio da CP, a sinalização nocturna das passaiges de nibel era feita com seu marabilhoso cantar. Quando a grilaige se calava era porque o cumbóio tava a 3 metros de passar, tornando-se um sinal importante que salbou muitas das nossas bidas, fazendo do grilo um animal sagrado.

Hoije im dia ainda, mesmo sem passaiges de níbel e com os cumboios da Fertagus, ainda há alguns grilos nas pedras da linha, mas já na é como intigamente. Por isso é melhor bocemecê ir procurar eles nos nossos aceiros, quintais e baldios que é lá que eles se incontram.

Bora intão lá procurar eles.
A qualquer hora do dia dê um passeio a pé, acocorado amais o seu filho, a olharim pró chão como quem procura uma moeda de um cêntimo… Ah! IMPORTANTE: é muito importante que apanhem uma palhinha dum pasto qualquer e amostrem bem ela, pra que toda a gente perceba que bocemecês andam ós grilos e não na apanha de moedas pois isso poderia trazer quezilas ós caramelos mais brabios.
Portanto não deslarguem as palhinhas e bão sempre andando, andando, andando, sempre de cócoras, andando, andando até incuntrarem um buraquinho no chão. Um buraquinho com a largura dum dedo. Esse buraquinho é uma toca. Lá drento tá um grilo. Agora bai ter que tirar ele lá de dentro.

Bora intão tirar ele:
Infie a palhinha drento da toca e escarafunche aparbalhadamente pra provocar cócigas ò bicho que tá lá no fundo a pinsar na bida. O grilo, incomodado com a palhinha, resolbe bir cá fora (de marcha atrás) ber o que é que se passa com o raio da palhinha. No pinsamento dele é bocemecê que está feito parbo a fazer má vizinhança. Nesse preciso momento bócê apanha-o com a mão, sem ter um ataque de nerbos ao sintir o bicho a remexer dentro da mão.
Repita a operação nos outros buracos que incuntrar no chão e apanhe tantos quantos encuntrar.

Lebe eles para casa e meta eles dentro de caixas de sapatos com uma folha de alface da Reforma Agráira. Cada grilo sua caixa, cada caixa uma alface e espalhe elas pela casa toda.
Se quiser óbir o seu marabilhoso cantar, espere pela madrugada e tem companhia a noite toda.

No dia seguinte, com olheiras, deslargue eles à natureza e cultive o gosto pelo grilo a toda a bizinhança.
Quanto a bocemecê ficar caramelo de berdade, isso é outra cumbersa cagente bai ter um dia destes.


resposta de:
Toin Exacerbado – Biólogo da Associação Caramela da Caçadeira de 5 Tiros

9.9.07

Cuiratos com Açorda 400

Chigámos ao episoide 400 dos “Cuiratos cum Açorda”, a nobela sonora, falada totalmente em caramelo, olserbada não só no nosso territóiro mas tamém no resto do mundo, graças às nossas balentes antenas escundidas dentro das palmeiras podres do Pinhal Novo (é por isso é que elas têm uma argália e esta foi a solução que a FLC encontrou para dar às palmeiras secas uma berdadeira utilidade pública).

Para quem estebe a dormir este tempo todo, qui bai o resumo dos últimos 236 episoides:


têm andado todos descunfiados uns cus outros, numa tramóia caté parecem barizes.
Portanto a história está prestes a dar uma bolta de 360º e toda a gente fica de olho aberto prá televisão, até criar ramela.


Agora é o resumo do tão esperado episoide 400


Venãiça da Verruga bai à pressa cumprar fórfos à Cumpratiba, dobra a esquina dos Bumbeiros e dá um incontrão à Graciete do Corrimento que deixa cair um saco de alpista.
- U qué q’ andas aqui a chirar?!! – inquiriu Venãiça assustadiça.
- Óh!! Bim cumprar alpista aqui à cumpratiba, na tás a ber?
- Tou, mas tu nã tens passaraige!! Eu é que tenho!!! – disse Venãiça descunfiada.
Entretanto Chispalhudo (o home da Venãiça), espreita-as secretamente atrás do muro do Pinhalnovence. Venãiça continua:
- … E tu biestes de Baldera aqui à Cumpratiba cumprar alpista?!!! Uummm, essa alpista cheira-me a esturro, mazé! Qualquer dia ainda t’apanho c’um balde de bolotas na Cambra de Palmela!
- Bolota na Cambra de Palm...
Chispalhudo sai a correr com uma gaiola na mão (muito esquivo e suspeito), im direito à Junta do Pinhal Novo.
- Oh! Mas aquilo que bai ali a correr c’uma gaiola nã é o meu Chispa?!!! – exclama Venãiça nerbosa.
- Pois!… Bem que m’sim! – diz Graciete do Corrimento a escunder a alpista.
- Hããã?!!! – grita a Venãiça com a sua verruga já incandescente, às pulsações, caté os bombeiros pegam logo nas mangueiras e ligam o alarme de incêndio.


Nesta altura já o espectador tá com o pescoço suado com tanto suspense caramelo e imagina o que bai na cabeça de Venãiça da Verruga:
Alpista/gaiola; gaiola/passaraige; passaraige/pássara; pássara/passarinha; hã? passarinha/ Mau! Já temos porras no capacete.


Eis a gaiola suspeita de Chispalhudo, num momento crucial da nobela.

E agora o que é que bai acontecer?


Não percas os próximos episoides de Cuiratos cum Açorda, se não, ainda te apanham a cumprar granulado na Pousada do Castelo de Palmela em vez de estares a comer intramiada nas largadas das Festas da Moita.


Qualquer semelhança dos acuntecimentos e das personaiges cum a bida real tá logo a garreia armada.

2.9.07

A berdade do binho caramelo

A Frente de Libertação Caramela, tem tado às escundidas nos elebadores da REFER (na pasaige subterrânea da Compratiba) desde as festas do Pinhal Novo. Esta grande ausência debe-se principalmente aos trabalhos preparatórios a sua noba temporada rebolucionária para a libertação de todos os caramelos.

Basta intão que sim!”, disse o Chefe da FLC quando soube da existência das festas Palmelonas, a olhar fixamente pró morro do castelo e a palitar o seu único dente com um pau de fórfo.
Desta maneira, a ALEC (Autoridade para a Libertação da Economia Caramela), membro armado da FLC, foi imbestigar a falsificação dos rótulos (com cães chiradores especializados) e pôr a descoberto a berdade dos nossos binhos e pomadas. É que os palmelões, desde sempre inspirados nas técnicas do Marcado do Pinhal Nobo, metem rótulos falsificados pra dizerem que fazem grandes coisas. Toda a gente sabe que os binhos caramelos são bítimas desta camuflaige, pois são bendidos como se fossem de Palmela. Mas não são!
Esta prática palmelona que já tem bárias décadas, não só tá a irritar as comunidades caramelas como a canzoada em giral. “A nossa cultura está ofindida e isto bai ter de acabar já, se não…! ... O único binho feito mesmo im Palmela é amassado durante as festas lá im cima dum tractor e é bom prás saladas e prá mosquitaige” disse o chefe adjunto do Gupo Caramelo “Os Amigos do Vinagre”, grupo esse que tem como membro honorário a vereadora da cultura das forças Palmelonas.

Graças à intervenção da FLC e da ALEC, serão arrancados e queimados os rótulos palmelões dos nossos binhos e, à bista de toda a gente, serão colados (com um cuspo especial) os nossos próprios rótulos com a marca caramela “Binho de Catigoria da Região Independente da Caramelândia”.

Feito isto, a nossa cultura ficará mais sadia e as festas das bindimas de Palmela bão ter que mudar de nome para Festas do Morro.