Como távamos a dzer, intigamente o binho era o centro do mundo caramelo, mas a grande mudança estaba pra chigar.
A maior rebolução do mundo caramelo está relacionada com a chigada da primera mine ao nosso territóiro: um berdadeiro marco histórico.
Segundo cartas intigas, sabe-se que a primera mine foi incuntrada numa curva, na Marateca, no Verão de 1953. Não se sabendo o que era aquilo, o objecto fez reunir toda a população local pra um debate-garreia:
- Isso é uma granada da PIDE. – disse um maluco fanhoso com a boca ó lado.
- Não é nada. Isto é uma mina dos Nazis. - disse um GNR a agitar um chicote.
- Mina?!!! Ah ah, isto é mas é uma MINE! – disse um gaiato parbo com um monco pindurado no nariz.
- É uma QUÊIM?? – précuraram todos numa só bóz.
- É uma MINE, óóhh!!!! – gritou o gaiato parbo que apanhou logo com uma cajadada pelas fuças caté o monco saltou pró pasto.
- Tu bai-te mazé já imbora daqui q’isto nã é pra gaiataige…
- Bamos abrir ela. – dsseram todos im balbúrdia.
- Xôôôô tudo daqui pra fora. - disse outro GNR a descer do cavalo - Bá lá bá lá, recolha obrigatóira e passem pra cá a mine. Bamos confiscar ela.
Entretanto a mine desapareceu na balbúrdia e tornou-se um objecto de culto, clandestino. Três dias depois, já em Águas de Moura, foi engenhosamente atada com um baraço e aberta com a força duma parelha de mulas. Com a elevada agitação, amais o pico do calor, a mine transformou-se em espuma e molhou as caras bronzeadas mais próximas.
- Afinal isto é um extintor! – disse um que estava a fumar um cigarrinho definitivo.
A agitação durou sete dias e sete noites e, quando se pensava que o assunto estava esquecido, foi encontrada uma grade cheia de mines à sombra duma carroça dum cigano. Era o fim do mundo! Um mês depois foi visto um camião cheio de grades a caminho da Atalaia e no Verão seguinte já o povo caramelo estava rindido ao infinito das mines.
"O mundo romântico das adegas - e das argolas de tinto, desenhadas pelos copos - começou a desaparecer e deu lugar ao mundo neo-gaseificado da mine." (Podia-se ler no, já extinto, jornal "O Acendalha")
Esta buida que faz arrotar, fez nascer novos hábitos na sociedade caramela. Começaram as constantes reuniões à volta do meio-bidom adonde, com a ajuda de muitas mines, se tenta tirar ideias de dentro das cabeças para desvendar o segredo do equilíbrio e do infinito. Perguntas como “O que é que está para lá da última mine?”;... “Haberá bida para além da mine? Haberá pinsamento?”;... “E quem tem uma mine tem tudo? E quem nã tem mine nã tem nada?” ;... “E sem mines adonde é que está assunto pra um home falar uma noite inteira, comé que éi?”;... “Sem mines pode existir alguém que consiga óbir um caramelo das cinco da tarde até às cinco da manhã? Hã?”;... “E os tramoços? Adonde é que estão os tramoços?".... Muito se tem dito, mas ninguém sabe.
O mino-centrismo (teoria científica em que o mundo gira à volta das mines), está hoije perfeitamente implantada na nossa sociedade tornando uma cultura única no mundo. A teoria defende que cada mine provoca o aquecimento da alma e ilumina a razão de todas as coisas. É a fonte de inspiração, a substância do progresso e, principalmente, o poder da convicção caramela.
Esta buida que faz arrotar, fez nascer novos hábitos na sociedade caramela. Começaram as constantes reuniões à volta do meio-bidom adonde, com a ajuda de muitas mines, se tenta tirar ideias de dentro das cabeças para desvendar o segredo do equilíbrio e do infinito. Perguntas como “O que é que está para lá da última mine?”;... “Haberá bida para além da mine? Haberá pinsamento?”;... “E quem tem uma mine tem tudo? E quem nã tem mine nã tem nada?” ;... “E sem mines adonde é que está assunto pra um home falar uma noite inteira, comé que éi?”;... “Sem mines pode existir alguém que consiga óbir um caramelo das cinco da tarde até às cinco da manhã? Hã?”;... “E os tramoços? Adonde é que estão os tramoços?".... Muito se tem dito, mas ninguém sabe.
O mino-centrismo (teoria científica em que o mundo gira à volta das mines), está hoije perfeitamente implantada na nossa sociedade tornando uma cultura única no mundo. A teoria defende que cada mine provoca o aquecimento da alma e ilumina a razão de todas as coisas. É a fonte de inspiração, a substância do progresso e, principalmente, o poder da convicção caramela.
Por todo o nosso territóiro está a maior concentração do mundo de estabelecimentos de minofilia onde o povo pode praticar o culto, trocar ideias e buer à rodada.
Portantos, se bocemecê buer mais de 50 mines e começar a bolçar, isso não quer dizer que chegou à última mine, porque não existe a última. Quando bolçar uma, bocemecê chigou ao momento da grande glória em que tudo o que disser é com tal cunvicção, que não há doutrina, nim doutor, nim Papa, nim cumbersa nhuma, capaz de lhe fazer frente, e isso é um momento importante que todos nós devemos ter pelo menos uma vez na vida.
Bom ano para toda a caramelândia.
Resposta de Armindo dos Soluços