Numa entrebista secreta do jornal “O-Diário-Que-Só-Sai-Uma-Bez-Por-Semana” explica como tudo foi feito:
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Estagiário de Jornlista (EJ) - Atão explique lá à gente comé fizeram pra saber os índices de caramelização nas festas?
FLC – Oh, foi canja.
EJ – E opois?
FLC – Opois, im primeiro lugar, a gente sulfatou as festas todas com um químico que muda de cheiro conforme os índices de caramelização.
EJ – E opois?
FLC – Opois as amostras eram lebadas por pombo-correio-rápido para os nossos laboratóiros cediados no nosso quartel im parte incerta.
EJ – E opois?
FLC – Opois essas amostras eram introduzidas numa máquina de costura imprestada pa ti Losalinda da Peúga. Daquelas máquinas que trabalham com os chispes do operador a dar a dar, a dar a dar.
EJ – E opois?
FLC – Opois essa máquina estaba atada a uma caçadeira altomática que por sua bez disparaba contra um placar do Orçamento do Fundos Europeus para o projecto do TGV.
EJ – E opois?
FLC – Opois os nossos técnicos encartados, acompanhados por canzoada, iam interpretar o placar crabejado de chumbo, e a partir daí descodificabam os resultados.
EJ – E opois?
FCL – Opois badamerda prá intarbista!"
Esclarecidos dos métodos utilizados, uma semana depois a FLC lançou finalmente fumo branco, saído dum meio-bidom com um tapete de inarmiadas na grelha. Assim, o maior índice de caramelidade registou-se no momento em que o boi de 400 quilos, das largadas de Sábado, em plena soltura, aproximou os cornos a uns escassos centímetros do home brabio que estaba tranquilamente a birar os coiratos no meio-bidom em brasa. O diálogo destemido entre o home brabio e o bicho desenvolto atingiu o pico máximo de caramelidade nunca antes documentado. Tal cumbersa representa a re-emancipação da cultura caramela perante as forças opressoras do resto do mundo. Apresentamos aqui um padaço do diálogo (a tradução dos dizeres do boi, foi feita por ganadeiros especializados da FLC):
Bicho – O qué k tájaí a fajêr?... Olha que lebas uma cornadadita! - disse ele num tom acriançado.
Home Brabio ao Fogareiro – Tóóóó, tu bai marrar mazé as nalgas da tu tia!
Bicho – Oh, nã gosto nada!
Home Brabio ao fogareiro – Ah nã gostas?!!! Atão bai fscar o tabuleiro do pão, que tás a inxotar a clientela. Bá lá, faz qualquer coisa ca trupe tá toda a fugir prós carrosseis.
Bicho – Oh, nã gosto nada! Posso trazer, na ponta dos cornos, uma dúzia de testículos aí dos matulões que tão a fugir de mim?
Home Brabio ao Fogareiro – Bem, isso já é outra cumbersa! Trata lá disso que os coiratos tão-se-me a acabar. - disse ele com a nabalhita em tom a meaçador.
Dito isto, o resto já toda a gente sabe. Portanto, ao contrário do prebisto, este ano, o ponto mais alto das festas não foi o patardo final, lá no céu, a arrebintar as tripas da bia láctea, foi sim este momento de intimidade entre o home e a fera que consagrou a nossa caramelidade e o sintido das festibidades. Além disso, este ano nã hoube patardo final, mas sim uma espécie de fogo-de-charco que nada tem a ber com os nossa identidade (a prática mais parecida é a rara forma de pescar pardelhas à bomba). Para o ano, em bez de fazerem fogo-de-charco, a FLC está a preparar o maior espectáculo de fogo-de-retrete. O fogo-de-retrete tem sido o mais esquecido mas também o mais típico, especialmente no dia seguinte, quando o home e a mulher brabia comem um panelão de sopa caramela amais uma barrigada de sardinhas, binho e mines a granel. Hoije ainda se acredita que o fogo-de-retrete é um dos costumes mais ostracizados da nação caramela, porque as facções palmelonas mais eruditas, insistem em rejeitar a nossa identidade obrigando o pobo a uma pirotecnia recalcada e silenciosa de Salão-de-chá. Para o ano a sessão de fogo-de-retrete, promovida pela FLC, bai puxar pelo físico dos mais balentes. Será ainda um evento clandestino, colectibo e ao ar libre, sem qualquer despesa para o contribuinte. O ebento só será solene quando o fogo-de-retrete representar uma das mais escancaradas, ensurdecedoras e genuínas manifestações da cultura popular caramela, com patardos monumentais, rabichas e repuchos de tirar o fêlego a qualquer um.
Uma outra obra que a FLC bai fazer é acrescentar ao coreto mais sete andares, pra infiar lá dentro toda a Orquestra de Guitarras da SFUA. É que o concerto desta maltezaria toda, no palco grande, não tebe os resultados desejábeis, nem fez juz à nossa cultura local.
Muito mais poderiamos falar sobre os índices de caramelidade, como por exemples o passeio de pasteleiras, a sopa caramela, os Balha ca carroça, os delegados da FLC enbergando uma camisola verde a dzer “PINHAL NOVO - CAPITAL DA NAÇÃO CARAMELA”, o Pátio Caramelo e muito mais... mas isso fica pró ano.