2.5.12


COIRATOS CUM AÇORDA
998º Episódio

Este episóido começa assim:
Um homem calvo, acocorado de jornal no Pinhal Novo nas mãos, comenta as notícias entre dentes, parece contar fotografias de alguém:”ora deixa lá ber quantas fotografias dela vêem no jornal desta bez...1...2...3...4...5.., ta bem, são aquaise meia dúzia.
Esta numa retrete, daquelas a antiga portuguesa. O espaço e' diminuto, quase claustrofóbico e esta' ricamente decorado por azulejos de dibersas raças e fitios. Ouve-se o som das folhas do jornal a serem maneadas par cá e par lá e uma suave goteira sai do balde que faz de autoclismo. Pela fresta da porta entra o som do radio sintonizado desde sempre na Antena Caramela e pela janela aberta entram motorizadas e conversas , ambas em estado sonoro. A camera fixa-se no radio, ouve-se uma musica abafada do Rancho Folclórico da Lagoa da Palha e avança depois para a cara contorcida da personagem principal: Albino Chsipalhudo, que se esforça por realizar a acção fisiológica que o levou a este local, a sua retrete, serbida por um belo cagatório onde como manda a lei, um home tem de se por de cócoras. La de fora vem uma voz inquisidora, binda da sua mulher, Venãiça da Verruga: Chispa!!!Tas a por o obo??? O Chispa ouve e responde (sempre em esforço): não, tou a ber se mando um fax a' parsidenta!!! (e ri-se, contorcendo a barriga). Quase em simultâneo ouve-se o som seco de um projéctil a entrar na água e vê-se a face do Chispa menos torcida, quase aliviada e vitoriosa. Acertar no buraco a primeira não e' fácil. Estes cagatórios são traiçoeiros para quem não lhes conhece os hábitos e a técnica de utilização. Só alguém com muita experiencia como o Chispa, tem total controlo da geografia do lugar, mesmo sem olhar. Mas, fica a pensar nisso do obo, e obos na Pascoa são sinónimo de chocolate. Entra dentro do seu pensamento (a realização representa o pensamento do Chispa através de uma mistura de aguas parados de charco e molhos de ervas para os coelhos), e lembra-se de que quando era gaiato um seu tio-avô lhe dizer que os coelhos da Pascoa dão obos e de sempre ter acreditado nisso (a realização interpõem este monologo com uma cena brilhante de elementos do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Pinhal Novo vestidos de coelhos da Pascoa a dançarem modinhas de sua autoria enquanto deixam um rasto de obos de chocolate que a gaiatige disputa entre si, uma inovação de imagens surrealisto-rurais nunca antes obista na t.v. Caramela!). Odepois diz de si pra cunsigo: se eu acho que ei assim ei porque assim ei, e se o meu tio-avô dizia que os obos de chocolate vêem dos coelhos tem de assim ser! E Bou ber quim ei que pensa como eu ou temos a garreia armada! Com tudo isto nem se lembrou de colocar a sua inseparavel boina (comprada ha mais de 40 anos na Loja do Antonio Brinca) e saiu para a rua em direcção a um dos centros activos de revoluções caramelas: os bancos dos autocarros em frente aos pinheirinhos (a realização da nobela colocou-lhe uma mini camera no bolso da camisa, assim bemos em tempo real o caminhar do Chispa e os outros a berem-no e a olharem para fora do ecrã da televisão). O elemento destacado por estes para naquele momento berificar quem se aproxima do grupo (fazem-no por turnos im cima dum plátano) grita: atenção que parece que bem de lá um direitinho a gente, que atei parece que nos conhece mas eu na tou a ber quiem ei, ainda bem longe mas parece que bem a olhar par ca'!!! Os outros param a cartaria numa qualquer jogada e olham e também não o reconhecem, meio incandeados pelo sol caramelo. Entretanto o Chispa passa perto da porta da Barbearia do Piu e alguém la de dentro grita: "Chispa, anda cortar o cabelo mais eu!!!" O Chispa interrompe a marcha, sustendo os dois chispes ao mesmo tempo. Olha lá par dentro ( a realização faz um grande plano da sua careca a brilhar ao sol, onde o ultimo habitante capilar ha muito abandonou o local, prometendo nunca mais voltar) e quando da sua boca quase iam sair uns vocábulos tipo:- Bai mas ei po...trabou a tempo e calmamente disse:- olha lá, seu parbo, achas que os coelhos na Pascoa podem dar obos de chocolate?. Lá dentro, entre retratos com belas caramelas de blusa alebantada, onde nao interessa o dia, nem o mês, o desbastar da tesoura deu lugar a um silencio aparbalhado. A alguns kilometros de distancia, Ti Jquina Seborreia, que estava apanhar erva prá coelhaige ve passar no ar uma maquina aboadora im forma de alguidar do marcado, a rodopiar mais do que os Carroseis da Feira de Maio. Ela deslarga a erba e bai abisar o Julinho do Entulho que taba a buer uma mine amais o Toino das Mines e falabam sobre alguma coisa que agora nao bem ao caso, enquanto a T.B. do estabelecimento passaba reportaiges parbas sobre os homes que cortam os cabelos do peito (e debido a isto, os comentarios de uns e de outros quase originaram um debate-garreia-aquaise-insaio-da-punhada, mas o home dono da tasca puxou o assunto da Via Sacra Caramela e todos bueram umas mines a comentar o caso, que alguns juram a chispes juntos que ei bardade).
E agora? Sera que o Albino Chispalhudo recebe a resposta certa? Sera que na Pascoa os coelhos botam obos de chocolate? Sera que o alguidar aboador bem inbadir a gente ou sara, alguma trama de Palmela? E sera que o Toino das Mines bai logo com o Julinho do Intulho a ber o alguidar que aboa ou ainda quer a ultima abaladiça?

Caramelos e caramelas não percam os próximos episóidos dos
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