COIRATOS
CUM AÇORDA
998º
Episódio
Este
episóido começa assim:
Um
homem calvo, acocorado de jornal
no Pinhal Novo nas
mãos, comenta as notícias entre dentes, parece contar fotografias
de alguém:”ora deixa lá ber quantas
fotografias dela vêem
no jornal desta bez...1...2...3...4...5.., ta bem, são aquaise meia
dúzia.
Esta
numa retrete,
daquelas a antiga
portuguesa.
O espaço e' diminuto, quase claustrofóbico e esta' ricamente
decorado por azulejos de dibersas raças e fitios. Ouve-se o som das
folhas do jornal a serem maneadas par cá e par lá e uma suave
goteira sai do balde que faz de autoclismo. Pela fresta da porta
entra o som do radio sintonizado desde sempre na Antena
Caramela e
pela janela aberta entram motorizadas e conversas , ambas em estado
sonoro. A camera fixa-se no radio, ouve-se uma musica abafada do
Rancho
Folclórico da Lagoa da Palha e
avança depois para a cara contorcida da personagem principal: Albino
Chsipalhudo,
que se esforça por realizar a acção fisiológica que o levou a
este local, a sua retrete, serbida por um belo cagatório onde como
manda a lei, um home tem de se por de cócoras. La de fora vem uma
voz inquisidora, binda da sua mulher, Venãiça
da Verruga:
Chispa!!!Tas a por o obo??? O Chispa ouve e responde (sempre em
esforço): não, tou a ber se mando um fax
a'
parsidenta!!! (e ri-se, contorcendo a barriga). Quase em simultâneo
ouve-se o som seco de um projéctil a entrar na água e vê-se a face
do Chispa menos torcida, quase aliviada e vitoriosa. Acertar no
buraco a primeira não e' fácil. Estes cagatórios são traiçoeiros
para quem não lhes conhece os hábitos e a técnica de utilização.
Só alguém com muita experiencia como o Chispa, tem total controlo
da geografia do lugar, mesmo sem olhar. Mas, fica a pensar nisso do
obo, e obos na Pascoa são sinónimo de chocolate. Entra dentro do
seu pensamento (a realização representa o pensamento do Chispa
através de uma mistura de aguas parados de charco e molhos de ervas
para os coelhos), e lembra-se de que quando era gaiato um seu tio-avô
lhe dizer que os coelhos da Pascoa dão obos e de sempre ter
acreditado nisso (a realização interpõem este monologo com uma
cena brilhante de elementos do Rancho
Folclórico da Casa do Povo de Pinhal Novo vestidos
de coelhos da Pascoa a dançarem modinhas de sua autoria enquanto
deixam um rasto de obos de chocolate que a gaiatige disputa entre si,
uma inovação de imagens surrealisto-rurais nunca
antes obista na t.v. Caramela!). Odepois diz de si pra cunsigo: se eu
acho que ei assim ei porque assim ei, e se o meu tio-avô dizia que
os obos de chocolate vêem dos coelhos tem de assim ser! E Bou ber
quim ei que pensa como eu ou temos a garreia armada! Com tudo isto
nem se lembrou de colocar a sua inseparavel boina (comprada ha mais
de 40 anos na Loja do Antonio Brinca) e saiu para a rua em direcção
a um dos centros activos de revoluções
caramelas:
os bancos dos autocarros em frente aos pinheirinhos (a realização
da nobela colocou-lhe uma mini camera no bolso da camisa, assim bemos
em tempo real o caminhar do Chispa e os outros a berem-no e a olharem
para fora do ecrã da televisão). O elemento destacado por estes
para naquele momento berificar quem se aproxima do grupo (fazem-no
por turnos im cima dum plátano) grita: atenção que parece que bem
de lá um direitinho a gente, que atei parece que nos conhece mas eu
na tou a ber quiem ei, ainda bem longe mas parece que bem a olhar par
ca'!!! Os outros param a cartaria numa qualquer jogada e olham e
também não o reconhecem, meio incandeados pelo sol caramelo.
Entretanto o Chispa
passa
perto da porta da Barbearia
do Piu e
alguém la de dentro grita: "Chispa, anda cortar o cabelo mais
eu!!!" O Chispa interrompe a marcha, sustendo os dois chispes ao
mesmo tempo. Olha lá par dentro ( a realização faz um grande plano
da sua careca a brilhar ao sol, onde o ultimo habitante capilar ha
muito abandonou o local, prometendo nunca mais voltar) e quando da
sua boca quase iam sair uns vocábulos tipo:- Bai mas ei po...trabou
a tempo e calmamente disse:- olha lá, seu parbo, achas que os
coelhos na Pascoa podem dar obos de chocolate?. Lá dentro, entre
retratos com
belas caramelas de blusa alebantada,
onde nao interessa o dia, nem o mês, o desbastar da tesoura deu
lugar a um silencio aparbalhado. A alguns kilometros de distancia, Ti
Jquina Seborreia,
que estava apanhar erva prá coelhaige ve passar no ar uma maquina
aboadora im forma de alguidar do marcado, a
rodopiar mais do que os Carroseis da Feira de Maio. Ela deslarga a
erba e bai abisar o Julinho
do Entulho que
taba a buer uma mine amais o Toino
das Mines e
falabam sobre alguma coisa que agora nao bem ao caso, enquanto a T.B.
do estabelecimento passaba reportaiges parbas sobre os homes que
cortam os cabelos do peito (e debido a isto, os comentarios de uns e
de outros quase originaram um
debate-garreia-aquaise-insaio-da-punhada, mas o home dono da tasca
puxou o assunto da Via Sacra Caramela e todos bueram umas mines a
comentar o caso, que alguns juram a chispes juntos que ei bardade).
E
agora? Sera que o Albino
Chispalhudo recebe
a resposta certa? Sera que na Pascoa os coelhos
botam obos de chocolate?
Sera que o alguidar
aboador bem
inbadir a gente ou sara, alguma trama de Palmela? E sera que o Toino
das Mines bai
logo com o Julinho
do Intulho a
ber o alguidar que aboa ou ainda quer a ultima abaladiça?
Caramelos
e caramelas não percam os próximos episóidos dos
COIRATOS
CUM AÇORDA