Pargunta
Exmos Srs, da Frente de Libertação Caramela, vivi 30 anos na Amadora, mas agora sou um morador aqui na Caramelândia, mais propriamente no Terrim. Desde logo tenho acompanhado este V/ espaço de divulgação que me tem ajudado muito a integrar-me na cultura caramela. No entanto, num artigo publicado por V/ Exas. falou-se em “beber mines à rodada”, coisa que me intriga bastante, pois eu não sei do que se trata. Gostava que me dissessem o que é isso de beber à rodada, já que as festas do Pinhal Novo vão começar e tenho medo de fazer alguma coisa mal. Muito obrigado.
Resposta
Ó meu repaz, ainda bem que bocemecê anda a ler a nossa literatura, pois só com a FLC é que é possível total integração nos costumes do pobo caramelo. Pois amandou uma questão de grande interesse e im boa altura por modo das festas, porque tempo de festa é tempo de rodada caté um home fica bruto.
Atão arrebite lá as orelhas.
É durante as festas que a rodada adquire grande importâinça, falamos de rodada de mines, rodada de emprial, rodada de sopa caramela e até rodada de fartura caté as tripas ficam aborrecidas por dentro. Fique sabendo que a rodada é dos costumes mais eficazes pra estabelecer o contacto social, fortalecendo as relações. O fortalecimento é tal que chega a ser saudado com fortes punhadas, terminando ópois em calorosos abraços. Esta prática da rodada possui códigos de conduta muito específicos e isso tem muito que se lha diga. Mas, como já se disse mil bezes, é na rodada de mines que bocemecê pode encontrar toda a beleza da cultura caramela.
Fique sabendo que, para que aconteça uma rodada, tem de existir pelo menos dois caramelos à cumbersa… mas a rodada só com dois na tem graça nenhuma, pelo que um terceiro é sempre bem bindo, e ó despois um quarto e por i fora até tornar a rodada monumental de 40 mines de cada vez, caté o taberneiro apanha medo e tem que ir chamar a GNR pra acabar com aquilo.
Na rodada de farturas a canzoada também participa, festejando cada momento com rabo a abanar e lembendo os bigodes, mal sabem os bichos que, horas depois, vem a cólica rafeira, caté ganem por esses aceiros afora.
Bem! Se bocemecê, que é um desconhecido, quer entrar numa rodada, siga intão os nossos cunselhos:
Rodada na coletbidade
Bem! Se bocemecê, que é um desconhecido, quer entrar numa rodada, siga intão os nossos cunselhos:
Rodada na coletbidade
1) Certifique-se de que existem mais de dois caramelos a buer mines à rodada;
2) Compre uma só pra si e aproxime-se lentamente, com a sua mine na mão, para perto da rodada;
3) Nesse momento os caramelos começam a falar mais alto pra que bocemecê esteja tamém a óbir e, apesar de paracer que estão à cumbersa uns com os outros, na realidade não estão! Eles já só estão a falar pra bocemecê que é desconhecido.
4) Nestas condições não resista muito tempo em silêncio, tem de participar, ou intão o que é que está a fazer feito parbo ali só a obir, a obir, a obir? Hã?
Bem!
5) Tome parte da cumbersa sem tomar parte de ninguém. Se não tiber opinião… tem que ter opinião.
6) Ópois de dar a opinião, imborque a mine toda pu gargalo com grandes goladas e dê baixa à garrafa batendo com ela no balcão (pra que todos bejam que é tamém um home balente, e não um enfezado que beio da Amadora a buer chá pa palhinha).
7) Aguarde uns segundos e… zumba: a próxima rodada já está na baila, e bocemecê ganha uma mine que nem sabe donde ela beio.
8) Olserbe o evoluir do buer. Assim que as mines ficarem meio bazias é bocemecê que agora bai pedir uma rodada à sua conta. A partir deste momento entrou num ponto de não retorno, faça contas à bida, esqueça logo o jantar e o dia seguinte. As rodadas dão boltas e boltas e só acabam quando um home começa a bolçar.
Rodada nas festas
1) Dirija-se ao Pátio Caramelo por bolta da meia noite;
2) Estenda a mão durante alguns segundos;
3) Sinta impurrarem-lhe uma emprial prá mão que nem bocemecê sabe donde ela beio;
4) Imborque a emprial como um home sadio que na tá cá cum mariquices.
5) Peça 10 emperiais e agarre nelas em dois cachos de cinco, infiando os dedos pelos copos adentro, e distribua indiscriminadamente por quem vai encontrando.
6) Repita estes passos tantas bezes quanto possíbel, até chegar a GNR.
Obs. Pode acontecer que a quantidade de empriais que chegam à mão dum home é maior que a capacidade de imborcamento, o que provoca uma acumulação. É comum um home estar a imborcar uma emprial com uma mão, e ter em linha de espera um cacho de cinco empriais na outra. Se isso acontecer saia do Pátio Caramelo, dê umas voltinhas à igreja, e vá abatendo o carregamento entre pinsamentos. Ópois bolte de nobo ao Pátio Caramelo e entre de nobo na rodada ainda com mais balintia.
Resposta de Alfredo Sacá Carica, reconhecido pela obra “A importãinça do copo de plástico na budeira contemporânea”.
2 comments:
Eu tibe que ir à igreja bárias bezes, mas sem passar pelos motardes! As rodadas nos motardes são tamém boas rodadas.
hoje é que vai ser a festa vamos ganhar a Alemanha, e sem ser preciso dos Americanos....
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