AGENDA CULTURAL CARAMELA
Outubro
2010
Dia
2
21h
Festival
do pão com manteiga dos dois lados
Quintal
da mercearia da Ti Marta Assasina (Valdera)
Absolutamente
a não perder! Festival totalmente dedicado a uma grande tradição
do povo caramelo. Se gostas de pão cum manteiga bem mais a gente
barrar dos dois lados. Para os mais dados a coisas tipo açucaraige
haverá uma secção especial totalmente dedicada ao pão com
tulicreme barrado dos dois lados.
Alguns
destaques da programação:
Baile
abrilhantado com o acordeonista Belarmino Pançudo (neto do Ti Toino
Panças);
Concurso-despique-
„Quem desafia o Ti Toino Alambique, mais conhecido pelo
Traça-Coidas?” (este evento consiste simplesmente em assintar-se
ao lado deste home famoso e ir traçando coidas de pão
alentejano com dois meses
tiradas ao acaso de um alguidar. O primeiro a arrebintar as gengibas
perde).
A
sacaria ao longo dos anos
Exposição
itenerante
Sede
do Rancho Folclórico da Palhota (durante todo o mês)
Esta colecção pertencente a um
coleccionador particular, leva-nos a uma viagem histórica im roda dos sacos de
plástico da Caramelândia.
Destaque para os valiosíssimos ex-libris da colecção, os clássicos
da Cunprativa e dos Retornados, mas também para alguns sacos de
plástico que já deram serventia no Marcado e na Reforma Agrária.
Ciclo
de Cinema Caramelo- cinema de autor
Ciclo dedicado ao cinema experimental Caramelo de intervenção social
Largo José Maria dos Santos
(Pinhal Novo)
Durante todo o mês, sempre às sextas às 21h
Filme
em destaque
„As
sacas da Sapec a olharem o mundo” (1983; cor; 190 minutos)
Película
da autoria de Custódio
Exilado, homem que marcou a cultura agro-sindicalista caramela no
início da década de 70. Antigo distribuidor de sacas de farinha da
Sapec, foi também durante varios anos, homem-lanterna nas famosas
sessões de cinema da SFUA.
Na
sua biografia não autorizada- Editora F.C.J.F.P.N- (Fotocopias
Clandestinas da Junta de Freguesia de Pinhal Novo) pode ler-se que
terá sido este o factor determinante para a sua apaixonada e
meteórica incursão pelo cinema de autor caramelo. O filme é composto
na sua quase totalidade por planos individuais de sacas brancas da
Sapec, colocadas aleatoriamente em diversos locais da capital
caramela. Há por
exemplo uma saca que é colocada na gare da estação no dia em que a
Rainha de Inglaterra apanhou o comboio em Pinhal Novo ou ainda outra
que faz uma viagem a cavalo de um macho na estrada dos Espanhois.
Outra ainda, que no topo de um deposito das Adegas João Pires, serve
de pretexto para o realizador nos dar uma das primeiras imagens
panorâmicas do nosso cinema. No jornal Linha do Sul, secção de
cinema e artes em geral, edição de Agosto de 1983, o redactor escreve quase em êxtase visual:”As
sacas da Sapec a olharem o mundo”
é
uma obra profético-poética de índole estético–estático, espécie de pintura a trincha e rolo que sobe a um escadote qualquer para aceder ás paisagens da nossa memória. Olhamos para as
sacas e somos obrigados a olhar para o mundo da capital caramela.
Custódio Exilado, conseguiu captar toda uma poética dos planos
fixos que deixam ver ao longe o que não se vê ao perto. Critica
feroz ao conservadorismo e à estagnação social da altura, que ao contrario do
que parece não é nenhum manifesto a favor das paisagens idílicas
da caramelandia. Uma observação mais cuidada, mostra-nos que afinal
as múltiplas sacas
são
afinal
uma só, a saca final, libertaria e solar que decide ver o mundo e
que nos quer apenas mostrar que parados, imóveis, estamos nós,
ao invés dela que circula livremente pelos espaços ocasionais que a
sua vontade (materializada na vontade do Custódio)
determina. Depois deste filme, falar de cinema experimental caramelo
é
sem dúvida, falar de sacas da Sapec, elevadas nesta película a
objectos anti-contemplativos e a verdadeiros manifestos portadores da revolta social".
Segundo Workshop de mezinhas caramelas
Baldio em frente ao Café “A Mine Artilhada”
Dias
6 e 7 de Outubro
Após o sucesso da primeira edição, ai está o segundo Workshop de mezinhas
caramelas com a Ti Avelina Química, antiga empregada de limpeza do
Matos da Farmácia, que ficou conhecida por misturar de forma quase
intuitiva os conhecimentos ancestrais caramelos com o que de mais
moderno havia na Farmácia do Matos. São famosas as suas misturas
de Benuron 500 mg com chá de estrume de porco da Palhota para
combater a azia depois de grandes empanturramentos com Bolo Rei nos
bailes da SFUA na década de 50. Actualmente, a Ti Avelina (que acabou
de completar 109 anos) colabora voluntariamente com o MPPPNGPEPONG
(Movimento
Pacífico Prá Punhada Na Galfarraige Política E Pôr Ordem No
Galinheiro). Nesta organização tem completa liberdade para pesquisas
experimentais na área das mezinhas e farmacologia popular, com o
objectivo de criar a mezinha da punhada-bruta-final. O principal
objectivo deste workshop ei também o de recrutar
voluntarios-probadores para as receitas que a Ti Avelina vai
freneticamente criando. De acordo com Giraldes Desatarracha (home com brevet profissional de provador e dador de punhadas) „bai ser uma formacao balente. A Ti
Abelina mexe na tachaaria, serbe-nos o almoço e os produtos que ela
par lá inbenta. E bem também uma fragnete carregada de
politicos-martires pá gente ir fazendo as experimentações das
punhadas,entre umas goladas nas mines e nos churrilhos que ela nos
bai dando”.
Entrada livre
Nota: como na primeira edição,
os participantes têm de levar um vasilhame de plástico ou inox pa
misturar os produtos. Lebem tamém uma espátula, um saco de plástico
cheio de penas de pato mudo ou de galo da Índia, 10 formigas de asa
e um naperon que tenha nódoas de gordura (tragam o naperon da
televisao ou o do frigorifico).
7 comments:
leiam isto caramelos e vejam os rendimentos destes homens depois de passarem pelo governo. E digam isto aos homens que andam a dar punhadas nos puliticos. Estes devem ser os que participam no workshop da Ti Avelina.
http://expresso.sapo.pt/veja-os-rendimentos-de-15-politicos-portugueses-antes-e-depois-de-passarem-pelo-governo=f680329
A dívida existe mesmo?
Sei que dívidas tenho. Tenho uma dívida a um banco, contraída para comprar a casa onde moro e garantida por uma hipoteca, que pago mensalmente. E tenho pequenas dívidas pontuais no meu cartão de crédito, que vou saldando conforme me convém.
A maior parte das pessoas que conheço tem uma estrutura de dívida semelhante, que paga com maior ou menor dificuldade, mas vai pagando sempre. De facto, enquanto uma empresa pode ter um limiar de endividamento elevadíssimo, que pode ir subindo para além do sustentável com alguma chantagem ("Se não puder comprar matéria-prima, declaro falência, lanço os trabalhadores no desemprego e os credores ficam a arder!"), os particulares têm em geral de ser mais comedidos (com as óbvias excepções de dirigentes do PSD e amigos de Cavaco Silva, como Dias Loureiro ou Duarte Lima), pois não possuem as mesmas formas de pressão.
Há uns anos, começámos a ouvir falar do volume excessivo da dívida pública (que hoje rondará os 124% do PIB) e disseram-nos que precisávamos de a pagar urgentemente. Devíamos dinheiro a bancos estrangeiros e, como precisávamos de pedir mais dinheiro para as despesas correntes, não podíamos correr o risco de falhar uma prestação dos empréstimos anteriores. Tínhamos vivido acima das nossas possibilidades, disseram-nos. O Governo de Passos Coelho, quebrando as promessas eleitorais, pôs fim aos subsídios de férias e Natal com impostos extraordinários, cortou os nossos salários com aumentos de IRS, cortou subsídios e pensões, aumentou os preços de serviços e fez cortes a eito na saúde e na educação garantindo que a única saída para a crise era empobrecermos. E, como esses cortes não chegariam, também ia ser preciso vender empresas públicas para fazer dinheiro depressa.
2:
Tudo isto, recorde-se, para reduzir a nossa dívida, que gerava défices insustentáveis, já que para pagar mensalidades dos empréstimos antigos se contraíam novos empréstimos a juros mais elevados.
Foi em nome do pagamento desta dívida que nos foram impostos sacrifícios e que se foi sacrificando o Estado social. É em nome do pagamento desta dívida que se vendem os bens do Estado a preço de saldo. É em nome do pagamento desta dívida que se sacrificam os mais pobres, com o argumento de que temos de competir com a mão-de-obra barata da Ásia. É em nome do pagamento desta dívida que se desbaratam os investimentos feitos na educação, na investigação e na tecnologia nos últimos anos. É em nome do pagamento desta dívida que se sacrificam os cuidados de saúde - considerados um luxo incomportável num país endividado como o nosso. É em nome do pagamento desta dívida que se diz aos jovens que emigrem, que se diz aos pobres que não sejam piegas, que se diz aos trabalhadores que têm de ser formiguinhas trabalhadeiras e deixar de cantar canções do Lopes Graça nas manifestações.
Mas que dívida é esta? Para começar, quanto devemos exactamente e a quem? Alguém já viu a lista das dívidas? Quem a certificou? Quem a auditou? Quem são os credores? E devemos de quê? O que comprámos? O que pedimos emprestado? Em que condições? Quando? Quem pediu? Quem recebeu? Onde e quando? Para onde entrou o dinheiro? Para que serviu? Ainda podemos questionar se o dinheiro foi bem gasto ou não. Se serviu principalmente para encher os bolsos das empresas das PPP, da Soares da Costa, da Mota-Engil, do grupo Espírito Santo, do grupo José Mello, se serviu para fazer estádios ou se serviu algum objectivo social meritório, mas antes disso eu gostava de saber se devemos mesmo, a quem, quanto e porquê. E não sei.
É que essa é a informação a que eu tenho acesso na minha hipoteca e no meu cartão de crédito. Essa é a informação que qualquer credor tem de mostrar (e provar) quando exige pagamento. Não há uma operação que eu pague que não venha discriminada nos meus extractos. Mas sobre as dívidas cujo pagamento hipoteca o futuro dos nossos filhos, não nos dão explicações.
Podem dizer-me que são transacções com histórias muito longas, que vêm de longe, que são coisas muito complexas, que não íamos perceber. Mas a verdade é que não existe absolutamente nenhuma razão para que esta informação não nos seja fornecida em todos os detalhes, actualizada e explicada, na Internet, onde toda a gente a possa consultar e auditar.
Podem dizer-me que tenho de confiar naquilo que me diz o Governo, o Banco de Portugal, o Tribunal de Contas. Mas o problema é esse. É que eu não confio. Nem um bocadinho.
3:
E penso que há uns milhões que também não confiam. É que todos sabemos que há vigaristas que se acoitam nos organismos do Estado, a começar pelo Governo, para servir interesses inconfessáveis. Podemos confiar no Banco de Portugal ou no Tribunal de Contas quando ambos se deixam enganar como anjinhos pelas declarações dos administradores do BCP e do BPN ou pelas contas das PPP? Alguém saberá alguma coisa verdadeira sobre a dívida? Na verdade, deveremos alguma coisa?
Convém que tomemos consciência do que está em causa, de um ponto de vista político, nestas "crises" financeiras preparadas pela grande Banca especulativa e lançadas sobre a Europa do sul. O que se pretende não é a diminuição das dívidas soberanas mas o salto que tardava para a criação dos Estados Unidos da Europa, sob o 'comando' da Alemanha e da França, destruindo a Europa a 27, com poderes parit
ários nas decisões. É o passo que falta para, adentro da "Aliança Atlântica, exigir a criação do Exército Europeu e a delegação para os futuros Estados Unidos da Europa, de esferas de ataque a povos insubmissos (árabes, por exemplo) mediterrânicos e ex-colónias europeias em África e no Médio Oriente. Desse modo, não só a Alemanha poderá voltar a armar-se como poderá liderar esse exército franco-alemão, já que a Inglaterra, "mãe da América", se manterá de fora, bem como alguns dos países nórdicos. As guerras imperiais americanas ("ditas "ocidentais") estão a custar muito caras à América (no orçamento, em perdas e na "perda da face"), convém à América dividir os custos (estão fartos de o exigir, sem o conseguirem), mas com esta crise "financeira", descobriram como o conseguir. Trata-se, aliás, de aplicar a mesma receita que Reagan aplicou à URSS, sufocando-a financeiramente e fazendo-a ajoelhar, retirando-lhe a capacidade de continuar a resistir à Americanização do mundo. Se isto acontecer (se deixarmos que isto aconteça) o mundo unipolarizado (contra a China e BRIC's) tornar-se-á muito mais perigoso para quem não estiver nas graças do "Império" USA-EUE, sejam paises, religiões (o Islão) ou pessoas insubmissas à nova divindade política WASP resultante do casamento de conveniência entre americanos e norte-europeus, que confiam que "Unidos Vencerão" (a graça de Deus há muito que deixou de contar). Desde já, contem com a minha oposição: voto contra e faço campanha contra os Estados Unidos da Europa, contra este reforço político da Aliança Atlântica (NATO) e contra a invasão de países xiitas (Iraque, Síria, Irão, o último alvo) e outras que se seguirão. A Alemanha está muito bem desarmada, é melhor não reacordar demónios adormecidos (idem, com o Japão, que esta Aliança atirará contra a China, contra a Rússia e contra a Correia do Norte, do lado do Pacífico). Quanto mais cedo acordarmos para a questão geo-estratégica imperialista, melhor.
Quer isto dizer que devemos exigir aos partidos do leque parlamentar que aclarem a sua posição perante uma questão tão fundamental, para sabermos em quem deveremos deixar de votar. E, obviamente, teremos que exigir um Referendo em cada país da Europa, onde estas petulâncias WASP (white, anglo-saxon protestants) darão com a cara na parede. O mundo já é perigoso sem essa concentração de poderes e com a Alemanha (e o Japão) desarmados, e é melhor que fiquemos por aqui, os nossos filhos têm o direito à paz.
Caramelos, eu serei o presidente de todos. Sem os politicos de sempre e aqueles que buscam tachos, os do partido e os do estado. Sou livre e juntem-se a mim, juntos seremos muitos e eu serei o presidente de todos, prometo muitas coisas e liberdade e acabar com os chulos. E tambem vai haver muita cultura desta, como os da FLC que nos ajudam na liberdade. Porque o povo deve saber quem manda e quem manda dever ser o povo!
A "democracia" neoliberal mostra as suas garras. O mundo está no ponto de mutação. A democracia representativa é cada vez mais contestada, as pessoas já não se sentem representadas pelos partidos tradicionais e pela classe política e as redes sociais rompem o bloqueio de uma comunicação social silenciada. Temos é de ir mais fundo e ver quem está por detrás da resistência a um novo mundo. Por um lado as grandes corporações e a ganância generalizada e por outro o nosso apego a um modo insustentável de vida. Para não ficarmos eternamente no "contra" o grande desafio são mesmo as alternativas. Imaginação ao serviço da ética é urgente. E uma democracia participativa, em que os eleitores mantenham o controle sobre os eleitos, sem se limitarem a votar em eleições, é indispensável.
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