Uma crónica sob total responsabilidade do escritor João das Porras, sobre o existencialismo caramelo e outros distúrbios da realidade.
É Natal?! Hã?
Isto é NATAL??!!!
Esta é a precura que eu faço a toda a nação caramela. E isto
porque através do meu pinsamento interior, eu aicho que o Natal só existe
dentro nas nossas cabeças. Não há nada de substancial no mundo físico que diga
“É NATAL”.
É berdade!
Podem procurar com um microscópio nas chaminés, nos
chinelos e nas piugas, nas capoêras e nas estrumeiras, que não há lá nada que
indique “ISTO É NATAL”. Por isso leva-me a crer que o Natal é como um A.V.C. (Aumento Volumoso dos Cornos) na testa
dum home sério e casto. Porque na berdade os cornos dum home tamém não existem
no mundo físico e só crescem pra dentro do pinsamento (só com um
electroencefalograma é que é possíbel detetar electrões de marfim como
possíveis quistos córneos na cabeça do hospedeiro. Mas ainda nã está probado!).
Dada a
semelhança entre o Natal e um A.V.C. fui olsebar respostas à do Alcides
Candelabro, (assim conhecido porque a sua Maria vai-se recatar nos balneários do
clube quando o Lagameças perde um jogo). Quando bati à porta, o Alcides
apresentou-se com um enorme candelabro na cabeça, a ramificar-se pa testa acima,
ostentando nas extremidades 14 velas acesas (sete pa cada lado). “Oh home, mas que porra é essa?”
Perguntei eu com o espanto dum barrasco, quando percebe que a porca é um jacaré.
Depois de
duas grades de Sumois de laranja (o home só tinha sumol lá im casa) ficamos
impanzinados e acabamos a cumbersa com um arroto cor-de-ferruige. Apesar de me
sentir atordoado como se tivesse lebado um coice pus queixos, ganhei a resposta
que precurava. Atão éi assim: quando as coisas só acontecem dentro da nossa
cabeça, a gente faz tudo por tudo para que se venham cá pra fora. É intão uma
forma de materializar as nossas convicções, sejam elas um par de cornos pa
testa afora ou um Pai-Natal pindurado pa marquise adentro. E foi por isso tamém
que percebi porque é que as árbes de Natal são berdadeiros candelabros acesos.
Mas não fiquei completamente
sastesfeito com esta explicação. Será que há mesmo algo por i que diga mesmo,
mesmo, mesmo que é Natal?
Fui intão aos laboratórios da FLC
buscar um aparelho especial. O Natalómetro, que mede os índices de natalidade
caramela, num raio de 3km. Logo que saí por esses aceiros, percebi que tinha o
aparelho errado porque registava altos índices de nascimentos, desde ninhadas
de ratos, pintos esgargalados, bezerros e eucalitros, minhocas, borboletas da
batata, moscas-das-filhozes e muito mais... tudo nascia a uma belocidade estonteante. Mas
isso não quer dzer “Natal”, quer dzer que as nossas terras são férteis e estão
sempre a parir por todo o lado.
Fui então trocar o aparelho por
outro, com uma forma misturada entre um carrinho de mão e um bolo-rei espalmado.
Trouxe intão o Pai-Natalómetro que deteta e identifica provas físicas e irrefutábeis
em como, com o mínimo de esforço, e por ser Natal, brota do mundo gigantescas
prendas a alguém. Amontei ele no tejadilho da minha bolksbaige e com um
auscultador nas orelhas fui de lés a lés em toda a Caramelândia, tentando obir
os sinais naturais de “Natal”.
E... nada!
Quando já se confirmava o pior (que não há Natal pa ninguém), passo pelo posto da GNR do Pinhal Nobo e o
aparelho disparou um sinal caté parecia uma traboada da Atalaia com a canzoada a ganir. “Olááá! Aqui há Natal que nem as caixas
registadoras do Pingo Doce!” Disse eu sem dúbidas nhumas.
Constatei intão que para os lados
da bibenda da GNR o Natal manifesta-se naturalmente no mundo físico. Mas
porquê? Pergunto eu encorajando o intestino grosso do meu cérebro, já quaise a
sair a resposta.
Porque desde que o nobo sargento introu pró comando da GNR do Pinhal Nobo transformou o caramelo no maior recurso natural da nação
Lusitana. Para obter bons resultados basta esperar atrás duma moita, numa festa
dos Bardoada ou noutro momento especial. Assim, o caramelo bai todo cuntente da
bidinha a cantar “trolaré, trolarau bou daqui bou pró Lau... ” e... zás-catrapumba, vem um tsunami de geninhos (GNR's) e
é caçado, abafado e esmiuçado até às ciroilas. Qualquer anormalidade, como por
exemples, na sua expressão natural, o caramelo dzer pra um geninho “Tás parbo ó comes merda de galinha?” e é-lhe extorquido o
rendimento que tebe durante três meses a plantar morangos. Um verdadeiro
banquete pá guarda, um Natal de grande catigoria.
Conclusão: Um ninho de geninhos
escondidos atrás duma moita, numa noite de chuba e bentania, é a prova material
de que o NATAL existe na natureza.
Portantos, a toda a irmandade
caramela, fica o abiso: se querem dar prendinhas de mil euros assim à parba,
basta dar uma voltinha de minarda por i à babuige de camisa arregaçada e
peitaça de fora.
Se não quiserem, antes de sairem,
o melhor é lerem a Constituição, e toda a legislatura como entretenimento para
a consoada. Opois de conferirem que está tudo em conformidade, já podem sair e
lebar a abozinha im sigurança à sua respetiba malhada, sem assobiar nem cantar,
sem peidinhos, nem mijinhas atrás dos pinheiros... porque eles andem aí.
Confirmado que o Natal existe, cuidado e... bom
Natal a todos.
Foi assim que eu me senti quando bui uma grade de sumois!
1 comment:
Viram o Caramelo que se aguentava atravancado desde as 22h de orgia num restaurativo do Pinhal Novo foi ao alvorecer que os outros Caramelos invadiram o estabelecimento. O elemento Caramelo que o barricado tinha embebedado e que permaneceu ao longo de seis horas a beber Mines com aqueles todos, por esclarecer no privado da instituição, já foi encontrado visivelmente transtornado sem razão. Com os fregueses em subterfúgio do recuperativo, segundo algumas fontes, o Caramelo fez ribombar um foguete explosivo que provocou um buraco no juízo a equipa de Caramelos mexida para o local não conseguiu convencer o embaraçado a render-se ao raciocínio. O Caramelo rejeitar a trafeguear, explicou o senhor zé das vacas loucas. Ainda de acordo com o jornal da terra, os outros Caramelos chegaram a levar ao local a Dama do barricado, que com ele não caso pelo civil, para o tentar persuadir, comunicando por altifalante, a sujeitar-se ou a permitir pelo menos uma coadjuvação para lhe ajudar a beber as mines, mas sem ocorrência. O rústico terá chegado a declarar que preferia ficar-se a acabar a grade só que sair. Ao longo do assédio de quase sete horas, o Caramelo Jorge Golão da Palhota foi divulgando que a horizontalidade de agonia do Caramelo era mais uma condição de inquietação para as obrigas da Dama. Da permutação de palavras calhada, a força táctica da Dama decidiu invadir a tasca e o homem foi arriado. O balanço final é de seis bêbados, entre eles quatro Caramelos do campo. Jorge Golão referiu ainda a morte de um punhado de melgas do vinho e uma úlcera na barriga da Dama provocada pelo nervoso de não poder beber uma mine.
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