10.6.05

Ministério Caramelo do Património Arquitectónico

Comunicação do Presidente Atóine Desinxaugádo

(excerto retirado da comunicação rádiofónica proferida a 10 de Junho na Rádio Antena Caramela)

Nota: o texto foi transcrito no original, a pedido de sua excelência, o presidente do Ministério Caramelo do Património Arquitectónico, que afirmou: “quem na sabe caramelo, c’aprenda !”

Caramelos e Caramelas:

Todos temos assestido ó que têm feito ó nosso patrimóine cultural.
É com grande agrade que me dasloco dos confins da páitra caramela, pa bir às festas na captal, das quais mórgulho como caramelo de nascença que sou.
Gosto de ber as gentes caramelas sair à rua, todos cuntentes e a cumprimintairem-se como intigamente. Como isto só ós domingos de Marcado, quando este inda era no local intigo, no centro da captal caramela.
Tenho óbido dezer cas festas têm comóbjeitibo prasarvar e promober a nossa cultura e a identidade do nosso pobo.
Na é qu’eu parceba muito disso, mas a identidaide de um pobo, do nosso pobo caramelo, nã se bê só na dstribuição de sopa caramela, até porque só falam dela uma bez por ano, mas também atrabés da olbserbação dos edifices e casarios que por cá ainda temos.
Ora atão, ia eu pa rua da estação, belo edifíce com azuleijes da nossa terra, quando maparcebi de ca estação nã taba lá. Pricurei, e lá taba ela, por datrás duma tenda, cumas caderas e um home lá assintado. Mas o que me chocou mais foram as letras- “Palmela”, lê-se aquase malhor do que Pinhal Nobo, no cimo da estação.
Pargunto eu: a estação nã sará um dos simbolos máximos da nossa identidade? Qual a lóigica desta acção, a de tapar um dos simbolos caramelos, na dita festa caramela, organizada com um só propósito, o de dignificar e promober a cultura caramela, ebento do pobo para o pobo?
Com que direito nos fazem isto, a nós pacíficos caramelos, que só queremos a nossa dignidade cultural?
Dim fronte a isto, na qualidade de ministro do Patrimóine Caramelo, digo NÃO! Isto na pode ser, já parece probocação, o que querem com isto?, desincalmar o pobo caramelo? Atiçar-nos de modo a criarmos uma guerra civil, auto-aniquilando-nos de forma selbaige e caramela? Aculturar-nos até esquecermos a noissa identidaide, criando um pobo de caramelos amnéisicos e parbos?
Imaginem o bisitante que bem à capetal caramela. Nã bê a estação, só bê a estação nóba, a modernidaide. Mas a otra estação também tá lá, faz parte da nossa históira, e nós caramelos brabios gostamos da ter lá.

Caramelos, não o podemos parmitir. As casas e edifícios são nossos, quem os dasrespeita, dasrespeita-nos!
Quem tapa a estação tapa-nos a nós!
Destapem-se de forma brabia e organizada, mostrem as vossas fachadas caramelas, de pedra e cal e cimento, e albenaria e telhas, tudo sempre (não esquecer) de fabrico caramelo.

Quér dzer, a intinção até pode ter sido boa, mas esses homes córganizam isso, têm de parceber cu pobo caramelo é um pobo instruído, atento ós seus dareitos.
Quim órganiza estas coisas, têm de parceber que primero faz uma pricura ó pobo, pa ber çu pobo na fica ofindido, ódepois é que dacide se faz ó não.
Nã tapem a noissa cultura, os noisses símbolos, a noissa existência patrimonial, a noissa histoira.

Os caramelos acabam sempre por se destapar!

18 comments:

Anonymous said...

Agente destapasse todas pro mundo e para voçês belos caramelos.

Anonymous said...

Isso é mesmo uma grande VERGONHA, taparem assim a nossa estação, e por cima com o dinheiro do povo caramelo.
E a onde esta, aquela pontinha que estava a beira da linha, foi esses bandidos de Palmela que a roubaram, foi o Gil que me disse isso ontem as 3 da manha, ainda que estava com os copos na mão por lavar.
Nos queremos o nosso património, e queremos mas coisas que mostrem as nossas raízes.
E preciso fazer um baixo assinado, provavelmente uma revolução não vamos nos contentar com 25 de Abril sempre, vamos é para o 26 e depois para o 27, não somos nenhuns parvos, o mesmo simplesmente consumidor, nem um numero em qualquer registo eleitoral, somos caramelos e felizes de o ser, e viva as nossas festas, e a sopa caramela.

Anonymous said...

Contra a entrega da exploração comercial do troço de linha, Pinhal Novo-Setúbal, à empresa privada FERTÁGUS, ficando a CP apenas e só, com a exploração do troço Barreiro/Pinhal Novo, já a partir de 1 de Julho de 2005, obrigando ao transbordo de passageiros na estação do Pinhal Novo para os comboios da FERTÁGUS.

Falta de investimento nas infra estruturas, electrificação e remodelação de estações, nomeadamente no troço entre Barreiro e Pinhal Novo.

Os utentes desta linha têm vindo a constatar no dia a dia a sua degradação, respectivamente a nível das estações encerradas, não prestando qualquer apoio aos utentes, a horários desajustados com as necessidades de deslocação das populações e com as ligações fluviais, com material circulante degradado e obsoleto.

A passagem do comboio Inter-cidades para o Algarve pela cidade de Setúbal e o alargamento do passe social à linha da Fertagus (Lisboa/Setúbal), são outras reivindicações que os utentes dos comboios vão apresentar à Refer e ao governo.

A entrada em funcionamento dos elevadores e escadas rolantes da estação de Pinhal Novo, que desde a sua instalação, há vários meses, nunca trabalharam, era outra exigência dos utentes que, entretanto, foi parcialmente, satisfeita

Quarta-feira, véspera do protesto, os utentes foram surpreendidos pela entrada em funcionamento das escadas rolantes, mas os elevadores continuavam hoje parados.

Anonymous said...

Troço J - Pinhal Novo
- Declaração de Utilidade Pública

Anonymous said...

Toda a estratégia de desenvolvimento é concebida tendo como pressupostos a participação activa das populações Caramelas, a salvaguarda das identidades rurais e a existência de um espírito de cooperação e parceria com os agentes culturais e sociais locais, o qual, em nosso entender, constitui um poderoso elemento de união, na medida em que permite o estabelecimento de laços de solidariedade indispensáveis ao sucesso do processo de desenvolvimento das mentes.

Anonymous said...

Os Caramelos
As populações de Rio Frio e de Poceirão identificam-se com a denominada
cultura caramela. As investigações sobre esta comunidade fazem remontar
aos inícios do séc. XIX a chegada dos primeiros colonos a estas terras mas
os registos mais coerentes só acontecem por alturas da formação do Círio
da Carregueira, em 1833 (Cachado, 1988, 214). Eram gente habituada ao
trabalho do campo, que provinha da Beira Litoral, entre Mira e Pombal e
procurava melhores e maiores proventos. Chamados para desempenhar
tarefas sazonais, na sua maioria, eram apelidados de caramelos de ir e vir.
Os que se fixavam por ali eram conhecidos pelos caramelos de estar. Aos
poucos, foram transformando as terras incultas obtendo culturas de sequeiro
e de regadio, abrindo poços, regando, cavando. Dentre os utensílios de
designação característica desta comunidade, salientem-se: a copa (alcofa de
comer), a torta (enxada), a tampana (cesto de vime para carregar o arroz)
(Idem, 1988, 219).
A sopa caramela, ainda hoje muito conhecida e difundida, à base de feijão,
batata e couve, continha os ingredientes-base da alimentação destes rurais,
a que se juntava o pão de milho e, em dias de festa, a carne de porco.
Boa parte das tradições e festividades que trouxeram dos seus locais de
origem já desapareceram. Subsiste o gosto pelo jogo do pau e a participação
nos círios da Atalaia, a romaria ao Santuário de N. Sra. Da Atalaia, no final
de Agosto. Segundo Cachado (1988, 221), existem ainda três círios na zona
caramela: o círio da Carregueira (1833), o círio dos Olhos de Água (1856), o
círio Novo (1943).
O círio é uma manifestação religiosa de cariz bem popular, que
responsabiliza uma determinada população pela continuidade dos rituais de
uma antiga promessa. O caso do círio da Carregueira refere-se a uma
promessa no período da cólera-morbus. Consta de uma caminhada
(actualmente em carros e camionetas) em direcção ao santuário, com
estandarte e bandeiras. Uma delas é a bandeira do círio, com a imagem da
Senhora pintada, e que está à guarda de um juiz, o cabeça da comissão
festeira, responsável pelo património do círio (Marques, 1996, 70). Além das
bandeiras e das fogaças (bolos tradicionais com função de voto), que são
B.1-7
arrematadas, há ainda as medalhas, de factura artesanal, em papelão, papel
metalizado, missangas e tecido, que funcionam como insígnias, distintivos,
com uma carga simbólica muito particular.__
A constatação da importância de preservar os traços de uma primitiva
colonização da zona tem vindo a incentivar a realização de recolhas e de
mostras que divulgam e cuidam da gestão desta memória colectiva. Nos
recentes festejos anuais do Poceirão (Feira Comercial e Agrícola) e do
Pinhal Novo (Festa Popular de Junho) foram recriados espaços e profissões
em extinção, relacionados com a vivência da população local de origem
caramela. A doçaria, de que se destaca a dura fogaça dos círios, e o
artesanato locais, os caminhos de ferro, a costura são exemplos de
ocupações tradicionais que não se afastam significativamente de situações
quotidianas semelhantes ao resto do país, para a geração de há meio
século.__
Particularmente interessante é o apontamento de traje regional, à época, que
segue os modelos pesquisados para os ranchos folclóricos e que se baseia
no vestuário quotidiano e de festa do caramelo.__

Anonymous said...

O comentário de cima é muito completo e interessante, só é pena que seja anónimo.

Anonymous said...

Eu também ouvi esta entrevista na rádio, só que na altura não tinha percebido nada. Ainda bem que aqui pude ler tudo o que o homem disse. Alem disso ele tem razão sobre aquilo da estação estar tapada com publicidade da câmara.

Anonymous said...

cfvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvolala olala

Anonymous said...

Viva o presidente caramelo.

Anonymous said...

Patrocino. o povo Caramelo unido nuca mais será vencido

Anonymous said...

Que arrogância Francisco da tasca, na tua tasca e mesmo caro para nos os caramelos.

Anonymous said...

Ai ai ai ai ai que é bom.

Anonymous said...

Os vermelhos sempre a fazer propaganda.

Anonymous said...

SOPA CARAMELA
500g - feijão catarino
200g - cenoura
150g - abóbora
1kg - repolho lombardo
1,5dl - azeite
1 Cebola média
Sal q.b.
Coentros
Deixa-se o feijão de molho no dia anterior.
Põe-se o feijão a cozer com a cebola picada e um pouco de azeite, junto com a abóbora aos bocados. Depois de todo cozido acrescenta-se mais um pouco de água. Em seguida, coloca-se o repolho previamente arranjado ( lavado e partido aos pedaços ) com a cenoura ás rodelas finas, deita-se o restante do azeite e o molho de coentros.
Deixe cozer.

Anonymous said...

Mas a malta estava cansada, e foi-se a cama, que estava bem quente já, encontrava-se ocupada pela Teresa, é que ela tinha que ir para a fábrica cedo esta manha,

Anonymous said...

É uma vergonha.

Anonymous said...

É uma vergonha.
E o presidente da junta deixo fazer essa pouca-vergonha, isso maresia um levantamento popular a estação é nossa, estão lá as nossas pinturas, dizem pare ai que o estado tem de fazer economias.
Pensava que aquilo era a fachada, que avia por ali detrás alguma exposição, não é apenas um quiosque para venderem livros, esta lá aquele do figo, para esse efeito uma simples barraca era necessária.
E sempre a gastar o nosso dinheiro para fazerem a publicidade deles.
Deixem a vista um dos poucos monumentos lindos da nossa terra por uma vez que não e uma escultura que parece mais com um candeeiro de que uma qualquer obra de arte de espírito e emoção caramela. Senhor presidente, faço aqui uma chamada a sua consciência Caramela.
A de haver um dia onde vamos mesmo fazer uma revolução, já chega fazer poço deste Povo Caramelo que é o que mais ordenha. Igualdade para todos, fraternidade, liberdade.
Viva os caramelos