29.9.08

FLC CONTRA-ATACA COM COMPUTADORES GUIMARÃES


Foi nesta Segunda-feira que se pôde ver a entrada brabia do Comandante Geral da Elite de Libertação, par dentro da escola primáira da Carregueira. Esta entrada, esteve sob fortes medidas de segurança, deribado ao conteúdo dum caixote de papelão (todo cheio de buracos feitos com uma nabalhita e atado com um baraço), levado pelo nosso comandante libertador.
A gaiataige, já na sala de aula, assim que pressentiu a entrada do home começou a ficar com comichões a contar que ele binha libertar eles das aulas e ficabam libres pra sempre, a jogar à padrada no recreio. Mas não foi isso que aconteceu.
O home introu com o caixote, foi até à secretária da professora e, de frente pra gaiataige disse: “Im nome do pobo caramelo, benho aqui trazer a bocezes o Computador Guimarães”. Nesse instante, tira a nabalhita da algibeira do colete, corta o baraço e abre o caixote, opóis derrama vinte cinco pintos de gargalo pelado pelo chão, espalhando eles pela sala dizendo “Computadores Guimarães, um pra cada um. Um pra cada um.”
Cada aluno apanhou o seu. Opois foi oferecido um saco de milho partido pra cada qual começar a sua própria criação. "Foi um momento histórico na luta pelos nossos costumes, uma referência no ensino", refere o jornal “O Inflamável”.

A FLC esclarece desde já que este equipamento escolar tem a ber com o programa “um caramelo, um pinto, uma lição prá bida”.
De acordo com as nossas ideias, este computador de ponta-em-bico põe o gaiato a aprinder uma data de coisas que um reles computador portátil não cunsegue. Assim, por exemples:
- aumenta do gosto da bicheza que os rodeia;
- faz cumprinder melhor a natureza acompanhando o evoluir da penuige do bicho ao ar libre com mais gaiataige no meio da rua;
- obriga à construção duma capoeira com arames e restos de tábuas, só com um alicate e um martelo;
- requer a gestão da engorda do bicho;
- faz a reciclaige, usando o estrume pra adubar a salsa no canteiro.
- obriga o desimbolbimento de capoeiras de grupo como formas de rentabilização de meios….
Infim, ensina uma data de coisas que um computador normal até fica cum dores na disquete.

O nosso comandante, à saída da escola, disse ao jornal "A Acendalha" (concorrente do jornal "O Inflamável"):
“…E o que é que acuntece à gaiataige que ganha os computadores propagandísticos Magalhães? Hã? O que é que acuntece?!! Acuntece que ao fim de 5 minutos transformam eles num brinquedo parbo, ópois ao fim dum dia trancam-se no quarto a jogar sozinhos. Ao fim de uma semana engordam 5 quilos caté uma pessoa tem que comprar roupa noba. E opois? Opois ao fim de um mês despem a roupa toda prá internete, a mostrar as nalgas aos alemães, e ao fim dum ano esse computador é já uma balhana que nã serbe nim pra dar ós porcos. Agora com os nossos computadores Guimarães, é diferente. São mais que portateis, eles até teim asas, poisam, andam sozinhos e criam-se totalmente no territóiro caramelo. Com este equipamento escolar, a repaziada quando chigar às férias grandes já teim galinhas poedeiras a pôr um ovo caseiro todos os dias e belos galos cantadeiros a dar as horas. Bocemecezes querem melhor do que isto? Hã?”


Com a FLC, em breve os caramelos serão um povo de cultura genuína e livre das pressões propagandístico-globalizantes.

21.9.08

Cinema Caramelo em Setembro


“Ciclo de Cinema de Autor”


Haverá transporte gratuito (gentilmente cedido por Albino dos Ácaros) em camioneta de caixa aberta nos seguintes locais:


Palhota
(junto aos semáforos)
Lau ( à porta da loja da Ti Balbina dos Pitromaxs)
Valdera (Junto ao campo de futebol)
Rio Frio (Junto à Sede)
Carregueira (à porta do café “Lua Cheia Aparbalhada”)


Próxima sexta (21h,Largo José Maria dos Santos,Pinhal Novo):


O Barbero debaixo do Tanque da Estação (1998, 20 m; autor:Belarmino Pançudo)

Uma pérola do cinema experimental caramelo feito de um só fôlego por Belarmino Pançudo (neto do Ti Toino Panças), um dos máximos representantes e defensores da 7ª arte na caramelândia. Curiosamente, Belarmino só produziu esta obra, tendo algo tempo depois enveredado por uma carreira igualmente vertiginosa no acordeon, sendo hoje considerado um dos melhores tocadores residentes da Cela. A película original (de resto o único exemplar) foi encontrada num monte de entulho, num local onde é proibido vazar o mesmo (razão pela qual o home-dono do filme não se quis identificar).
De referir que este filme nunca foi exibido na totalidade, pois os espectadores na única tentativa oficial, só aguentaram até meio, ou seja 10 heróicos minutos e a toque de muitas mines. O filme mostra a perspectiva da tesoura do barbeiro debaixo do Tanque da estação de Pinhal Novo, ora acima ora abaixo, sempre rente a desbastar cabelaige, num estilo único, com os comboios na estação a sair e a entrar, a sombra do tanque da áuga sempre presente, os grandes planos do rosto do barbeiro e dos clientes ("eram aquaise sempre os mesmos"), todos em silêncio, a olhar o sagrado da tesoura, como que hipnotizados, à chuba, ao sol, as boinas penduradas numa das torneiras do tanque.
Chamada de atenção para um dos momentos altos do filme, quando uma colónia de piolhaige caramela é descoberta pela tesoura do barbeiro e foge desóstinada, um dos vários momentos poéticos deste filme.
No jornal linha do sul, edição de Março de 1998 pode ler-se: “Belarmino Pançudo é um visionário, alguém que está à frente do seu tempo, podendo dizer-se que é o inventor tardio de uma espécie de dadaísmo caramelo. O seu experimentalismo é auto-fraticida, quase atómico-visual, sendo o preço a pagar por tanta audácia artística, o facto de ainda ninguém o compreender (tirando a redacção do Linha do Sul). No entanto, esperemos mais 10 anos e serão muitos os que lhe quererão erguer uma estátua, fazer um retrato ou uma coisa do género, numa qualquer rotunda da capital caramela”.

Nota 1: depois do filme haverá um pequeno debate-garreia entre os que gostaram e os que nã gostaram do filme do Belarmino Pançudo. O debate-garreia terá lugar no coreto do jardim que especialmente para esta ocasião será vedado com plástico das estufas do morango. A entrada é livre.

Nota 2: O Albino mandou dizer a quem quiser ir na carrinha, que é necessário levar manta, pois as noites começam a estar frias e ódepois pra cá (na bolta) podem apanhar regeza porque a parte de trás da carrinha na tem toldo, os sofás tem o forro em oleado e debe tar geada, por isso os mais belhos e os gaiatos debem trazer agasalhos qué pra ninguém se chatear e na haber prublemas uns cus otros.

18.9.08

Notícias Populares assumem clandestinidade da FLC

É Quarta-feira, dia 17 de Setembro, os raios de sol atrabessam as ubas maduras como se fosse Domingo e os cachos pindurados nas parreiras ficam ainda mais doces à espera da bindima, porque a bindima caramela faz parte da natureza.
Entre os cachos oube-se o zumbido das abespas, e a brisa que espalha o cheiro do coirato a assar nos meio-bidons, vem do fundo do horizonte, das Festas da Moita.
Esta brutidade calma só poderia ser interrompida pelo guiso do cão do Manel Balbúrdio.
E foi isso que aconteceu.
O bicho chega em correria, esbaforido, trazendo um jornal inrolado na boca parando ao pé do chefe das milícias da FLC, um home importante que acabou de apanhar um cacho d’ubas de 3 quilos e alebanta-o em direcção ao Sol a dizer: “Tóóóó, se os Palmelões soubessim desta bruteza ficabam cheios de caspa e nunca mais fazim festas parbas”.
O canito gosta da cumbersa, abana o rabo e olha im direcção ao home com o jornal na boca. O home joga o cacho pró cesto, opois olha pró cão e arranca-lhe o jornal da boca. É o jornal Notícias Populares. O bicho fica com a língua de fora pró lado, a ofegar e a pingar cuspo, todo cuntente por ter feito a intrega.
O home lê o jornal pra toda a gente obir (o dedo aponta prás letras conforme bai lendo) e, só com a sua boz, vareja uma olibeira lá ao fundo, cheia de zitona:
- Pi-nhal No-bo na In-ter-ne-te. - O canito assenta-se na esperança de cumprinder…
- Hã?!! Frente de Libertação Caramela?!!! – O bicho fica na mesma sintado.
- Aaahhhh!!!! O que eles querim dzer cum esta cumbersa é que nã sabem quim samos - e lê : “nã se cu-nhe-ce o au-tor”.
E nisto atira à boca do canito um padaço de torresmo, que abala chirando novas notícias pela vinha afora.
O chefe olha prá bindima com o sintido de missão e a pensar “A FLC é como um patardo infiado nos intestinos dum porco, com o rastilho aceso”.

13.9.08

Caramelos na senda internacional

Nos últimos 20 anos a FLC tem andado em manobras clandestinas pra meter os costumes caramelos nos eventos mais importantes da ciência. Por isso, nos anos 80 demos o nosso aval para as comunidades científicas começarem a estudar os acelaradores de partículas caramelas. Nesses anos, Ingenheiros, Físicos Nucleares e Suíno-floricultores do Poceirão, fizeram estudos de acelaração duma pedra da linha do cumboio, nas nossas fisgas, pra saber o efeito duma padrada nas nalgas dos porcos, e tentar assim perceber orige do uniberso. Já nos anos 90, os estudos passaram aos chumbinhos de floberes a estraçalhar as molas da roupa e daqui até chegar ao LHC, foi um pequeno passo. Foi com urgulho que o chefe das milícias da FLC disse, com um megafone na beiça, no encerramento da Festinha das Bindimas Palmelonas “todas as partículas do mundo têim o carimbo caramelo, e até o binho é nosso”, logo de seguida introu um conjunto musical caramelo a cantar “Pinhal Nobo a Cunselho”. Ganda Grupo!

Para além da intervenção científica, a FLC tem também influenciado a actualidade internacional do mundo globalizado e cada bez mais mintiroso e igual à América, Rússia, China, Japão, Austrália, Brasil, Canadá e resto da Europa. Para provar isso anunciamos aqui, em primeira-mão, que o Hugo Chávez recorreu aos nossos homes pra falar ao povo Venezuelano. Foi no dia 10 deste mês, que recebemos a seguinte mensaige: “Quiero qui me façon un discurso brabio, par mi honrado puevo Venezuelano”. E foi assim que os nossos técnicos da palabra instantânea e berdadeira, meteram mãos à obra (meteram as bocas à mine). No café “Arrota e Alimpa-te”, elaboraram o discurso pró Hugo dzer às massas.
E foi com muita atenção que o mundo inteiro biu e óbiu da boca do Hugo Chávez, as nossas palabras em prol da cultura brabia, berdadeira, destemida, com o coração na guela, como se o home tibesse imburcado 200 impariais numa final do campeonato do INATEL. Na nossa opinião, faltou apenas umas punhadas na mensa e um palito ao canto da beiça pra poder ser considerado um paradigma do caramelo em luta pela sua cultura.


Deixamos aqui uma filmaige feita pelas nossa TB.


6.9.08

Furacão com nome caramelo

Deribado à enorme quantidade de furacões que andam a furar esses céus, a Organização Mundial de Meteorologia fez um honroso conbite à FLC para batizar um furacão com um nome caramelo. Este combite já era esperado, resultado de três anos de luta brabia que a FLC tem feito junto às comunidades científicas para se ligarem às culturas mais profundas de tradição brabia. “Se nã espatarem um nome caramelo num furacão, a gente começa a estraçalhar as nubens por dentro com fuguetaige” disse Celestino Bombista num comunicado internacional na RAC (Rádio Antena Caramela), a obir-se morteirada da Atalaia como música de fundo.
Feito intão o combite, a FLC não perdeu tempo e fundou o Instituto Caramelo para a Nomenclatura de Furacões, Brisas Fodorentas da Socel, Geadas do Lau e Araiges Parbas, (I.C.N.F.B.F.S.G.L.A.P.).
A primeira assembleia-geral teve como cenário o recinto das largadas, agora aberto para largadas compulsivas. O recinto estava completamente esgotado e o parsidente foi eleito por um sistema de cornadas (um sistema muito antigo que só funciona nas largadas no meio da poeirada). O home, estendido dentro da ambulância, disse a um megafone, a impar com balentia, “ já que sou o parsidente,… declaro aberta a… … sessão pra… incuntrar o nome de batizo pró próximo furacão”.
O debate-garreia iniciou-se logo, com a participação giral e dentro dos 756 nomes propostos, só um saiu vencedor. Assim, o nome caramelo para o próximo furacão será:
“Furacão Emília dos Cães”.

Um enviado especial, usando um chapéu caramelo feito dum lenço com nós em cada ponta, e infiado dentro duma bóia de roda de tractor, já está a remar em direcção ao Pacífico Sul. Leva um bacio com água benta pra batizar a depressão tropical de “Furacão Emília dos Cães”, elevando este nome para a história universal da meteorologia.
A Força da cultura Caramela é maior que um furacão.

3.9.08

Ter um objectibo na bida
(ou como nasce um objectibo à moda intiga, debaixo duma árbore)


Algures na Palhota, à hora do calor, debaixo duma árbore, casas ao longe, três homes, três nabalhas a serem afiadas calmamente, um balde cum áuga e mines a refrescarem…


- Ora atão leiam lá, aber se tenho ó na tenho razão:“cada pobo, cada nação tem direito à sua livre exprassão, a manifestar a sua identidade brabia e original e a sua existência cótidiana atrabés da sú língua falada, que debe de ser transmitida de geração pa geração, de forma ordenada e im segurança. A língua falada éi a cultura, a cultura éi a língua falada”.
-Na parcebo muito bem, mas pareice que sim.
- Pardi-me a meio, nã sei quê identidade, ó lá o quéi.
-Querem quê leia ótra bez? Párim lá de afiar as nabalhas e bejam lá mas éi se obem!
-Nã, néi praciso, tá lá queto cas lituras, tas párbo ó quê?! Já bimos qué importante, abre mas éi uma mine.
-Pareice que sim, pelo menos tá escrito de forma importante, cum palabras manhosas…
- Pareice que sim?!!Atão nã bêem que foi o Toino das Ideias Parbas que escrebeu isto!?
-Ahh, atão debe de ser mesmo importante, dizem que o Toino é esperto…
-Sim, aquaise todos dizim isso, menos o pai dele…
-Mas ê cá atei acho que o Toino é um repaz intaligente.
-Intaligente?!!, par mim éi um génio, éi o nosso guia, um bisionário!
-Sim, o home atei que escrebe umas coisas dificies, quê hás bezes nã parcebo.
- Pinsem bem, a nossa língua éi a nossa cultura, a cultura éi a língua.. (mete a mine nos quexos e saboreia o que acaba de dizer, as palabras do Toino são como intarmiadas bem assadas na sua boca).
- Atão nã há de ser? Nã sei porquéque ei praciso escraber palabras tão difíceis só para parceber isso. Olhim esta nabalha cumprada no filho do Ti Toino Nabalhudo éi balente, atei corta coirataige cungelada.
- Ah bócês nã parcebem?! Nã bêem que ele quer dizer cum isto ca gente, os homes anónimos da bida temos de lutar pela nossa língua, a língua caramela?
- Lutar?! Atão mas porquêi? Atéi a nha abó fala caramelo, aqui todos falam caramelo, tu tás mas ei parbo, toma lá mais uma mine e desinmerda-te mas éi das ideias, já tamos fartos dessa cunbersa atei às pontas dos chispes.
(Momento de silêncio na cunbersa…, só se oube a passaraige nos ninhos a acordar da sesta, ao longe um motor de rega e alguns tiros pó ar ditados por alguém que agora nã intaressa) …
-Bou-bos dzer, bócês são mês amigos, buemos mines juntos desde gaiatos, tou dasimpragado, nã tenho mulher nim filhos, nã tenho nada a parder, tenho a nha motorizada, isto bai ser a luta da nha bida, bou lutar pela nossa língua, pela nossa cultura, bou ser um cabalero da língua caramela, bou garrear pela caramelândia!
(os dois em uníssono) – Ehehe! Ahahaha! Grnnrehehehahahah!! (risos parbos e altos, difíceis de reproduzir aqui- tipo grunhidos mas mais selvagens que um grunhido normal), o home tá inbalsamado dos pinsamentos. Olha, acabaram-se as mines, bem mas éi ca gente, bamos à sede buer médias, só pa bariar, bais ber quisso passa-te.
-Bão lá bócês, bão bardamerda amais as mines e as médias! Ê bou é lutar pela nossa cultura, finalmente incontrei um objectibo pá nha bida! Ainda bão óbir falar de mim…bou-me ajuntar à FLC!C
Pegou na motorizada (sempre a gritar repetidamente FLC im boz alta) e foi.
- …O home tá parbo!
- Dexó-tar. Aquilo são lituras a mais e mines a menos, amanhã tá lá na sede ótra bez, desgalgado por buída.

A ber bamos, só sabemos que assim os verdadeiros, os que acreditam na nossa luta, na nossa cultura, se juntam a nós. Se queres um objectivo pá tu bida, uma luta justa, uma causa rija, junta-te à FLC!