25.3.11

Magazine Caramelo das Lutas e Garreias im jaral

Como é sabido, o espécime caramelo é dado (aprecia, lambe os beiços) de forma libre e selvagem a todas as formas de lutas e punhada recreatiba, sendo mesmo considerado o único povo do mundo livre com capacidade para organizar debates-garreia, com alguns participantes a andarem de rojo pelo chão, e odepois no final anda la mais eu buer umas mines que na se passou nada.

Este Magazine surge assim como uma necessidade de dar vazão a esta energia reibindicatiba que nos faz ter buntade de esgrabatar o chão e e de dar punhadas no peito como o Tarzan e a sua macaca.

Nesta primeira edição queremos dar boz (e olhos e orelhas e tudo) ao recentemente criado MRF (Movimento dos Revivalistas Ferroviários).

Este grupo de antigos ferroviários e utentes da CP tem como lemas „par trás ei que caminho” e„intigamente ei quera bom”.

Na última reunião do grupo (com cerca de 30 membros reunidos clandestinamente dentro da Torre da Estação de Pinhal Novo), ficaram deliberadas em acta, as seguintes reivindicações:

1- Imediata reposição da barbearia debaixo do tanque da auga;

2- Imediata e incondicional reposição da automotora para Vendas Novas (pelo menos uma vez por dia);

3- Imediata e incondicional reposição do Comboio Correio, com figurantes do Teatro ATA a fazerem de tropas a dormir esticados nos bancos, ocupando assim quase todas as carruagens, fazendo com que o utente caramelo tenha que ir apanhar o comboio ao Barreiro se quiser viajar assintado;

4- Imediata reposição da Cantina Bar da Estação, com sandes de queijo a cagulo e venda livre de navalhas de bolso, a abrir todos os dias pelas 6h da manha;

5- Imediata reposição dos atrasos de uma ou ate mesmo (porque não?!) duas horas no Sotavento -Rápido do Algarve (deixando também de se chamar InterCidades), proporcionando assim belos convívios espontâneos enquanto se espera pelo mesmo;

Nas palavras do presidente do MRF, Catarino da Ferrovia (antigo factor da CP), „isto é só o começo, pois queremos mudar cumpletamente a forma com se olha para o cabalo de ferro hoije im dia. Chega de modernismos e de ideias parbas de andar pa frente, cada bez mais depressa. Se tão com pressa bão de avião. Pa trás mija a burra e sempre conseguiu puxar a carroça!.

Em relação as reivindicações, diz ainda (enquanto olha para um poster com o rápido do Algarve de 1980 a chegar ao Pinhal Nobo) „queremos ficar conhecidos como „um grupo que gosta de ber passar os comboios, im cunbersa amena, sim garreias”, mas se ninguém atinder as nossas reivindicações, se acharim que as nossas ideias parbas, secalhar vão ficar a conhecer a parte mais selbaige deste grupo, ai vão, vão....”, sem querer revelar ainda o que pensam fazer.

Este Magazine das Garreias pode também ser fotocopiado gratuitamente na Junta de Freguesia da Capital e terá uma regularidade mensal.

Por isso, tu que és jobe ou belho, home ou mulher, se tens algum grupo reibindicatibo e achas ca coisa tem trambelho, ou mesmo tu sozinho, se tens nas tuas ideias de garrear cuntra alguma coisa, escrebe pá gente que depois damos boz á tua luta.

A quem Garreia

na lhe fazem a teia

(provérbio antigo da Lagoa da Palha)


8.3.11

CARNABAL 2011


Nã foi o bento nim as nubes, nim a chuba-molha-parbos que meteu medo à nossa legião de caramelos pra fazer este carnabal, nã sinhor! E lá por a Alemanha nã ter intrado com o graveto prós Amigos de Baco comprarem carros alegóricos, pré fabricados no Montijo, que um home bai deixar de fazer o carnabal. Portantos, mais do que nunca, o carnabal caramelo está aí nas ruas como o toicinho está na sopa caramela.

Por isso chigou a hora de todos os homes brabios saírem das suas tocas e meterem martelos e sarrotes à obra. Procuraram por esses baldios, estrumeiras, valas e ferro-velhos a matéria prima para construir o maior ebento carnabalesco do ano. O gintio veio de toda a parte, desde a Marateca à Carregueira, de Bal da Bila até aos Batudes, tudo se ajuntou plas rua como a grabilha junto aos carris da linha do comboio. Este ano a FLC infiltrou-se no cortejo com sofisticados aparelhos para ber os níbeis de caramelidade, e é tudo isso que a gente agora bai ber cum atenção.

Este é um dos agentes secretos da FLC com um medidor de níveis caramelidade. Segundo os dados recebidos no nosso quartel general (clandestino), os índices estavam no máximo caté os pintos ganiam.

A desbrabar caminho para o desfile passar, vinha a GNR, debidamente trajada com o seu carro alegórico. Este carro ainda preserba o brilho dos dinheiros europeus, mas daqui a uns anitos, se quiserem passear o carro no carnabal, têm mesmo que ir buscar um à estrumeira e têm de bir fardados à matrafona (com as combinações de suas mulheres)!


Cabeçudos inspirados no mundo rural. Um galo e uma galinha poedeira cumprimentam a população dizendo que em bez de comprarem frangos da Tailândia no Minipreço, o melhor é montarem uma capoeira na marquise e fazer criação caseira.


Mais um todo-terreno alegórico, com seres da mitologia caramela como o Dragão-de-Charco e a carabela que fez a primeira trabessia da Bala da Salgueirinha, desde a Cascalheira até ao cabo da Lagoa da Palha.

Uma cabeçuda infiltrada nº1.

Cabeçudo infiltrado nº2.

Cabeçudo infiltrado nº3.

Uma inspectora da ASAE destacada pra ber se a especialidade do palhaço (que vem na codaque seguir), tinha a qualidade determinada pelos ingenheiros de Bruxelas...

...como era merda de cão, recolhida cuidadosamente da relva do jardim, estava tudo em conformidade com as normas da União Europeia.

Uma lagarta da coube segundo o imaginário infantil contemporâneo... com chapeu e tudo.

Quando este tractor-alegórico apareceu, muito intrigou os agentes da FLC. Pela postura desmorcida do agricultor-chofer, tudo indicava que se tratava duma triste alegoria aos gorilas da Amazónia mas...

... o que afinal se apresentaba era um par de nalgas caté o nosso aparelho medidor de índices de caramelidade arrebentou pas costuras. No intanto aconteceu um estranho fenómeno! Estão a ber o home a medir o tamanho das nalgas da repariga? Estão, nã tão? Intão olserbem agora a seguir...

Poizé! O home transformou-se totalmente! Do que restava do home intigo apenas ficou a survia na mão. A FLC imbestigou nas escrituras de S. Sebastião e descobriu que é um mau olhado: um home que se impanturra a olhar prás nalgas alheias pode transformar-se noutra criatura. No intanto o poder das mines é tal que, mesmo que um home se transforme totalmente, nunca as deslarga. Sinal que é home brabio e mantém os seus costumes mesmo com o mais poderoso feitiço das nalgas. O mesmo fenómeno ocorreu noutro caso. Ora bejam lá a seguir...

Estas eram as nalgas de Domingo...

E estas as de 3ª feira!

E já que estamos a falar de nalgas, aqui bão dois pares delas feitas por gaiataige de 6 anos na China.

Temos agora aqui o Papa a abençoar isto tudo.

Segundo o feitiço que a gente já falou, esta criatura da codaque debe olhar todos os anos intensamente para as belas nalgas de alguma espanhola! E porquê? Hã?! Porque todos os anos se transforma em matrafona agarrada a uma mine. Alguns agentes especiais da FLC já se voluntariaram para olserbar intensamente as nalgas da Ti Marbília das Bordas-Largas, (das Areias Gordas) só pra ber o resultado da transformação.

Um burro a carregar mercadoria prá Plataforma Logística do Poceirão.

Maquetes do novo tipo de construção civil para os novos bairros do Pinhal Nobo. O prédio da direita rebela uma arquitectura de origem caramela e totalmente ao gosto do construtor.

Este é o novo empreendimento do Rio Frio: o depósito da água em forma de cogumelo, e o hotel de 6 estrelas pra atrair galfarraige turística.

O carnabal nã tinha nhum trambelho se nã tibesse uma pipa e um cacho de ubas, tudo pronto pra serbir à populaça, pra boltar cá pró ano. E aquela bela anjinha? Hã?!

Xô... nã olhem muito prás pernas na repariga, se não ainda amansam e transformam-se em anjinhos!

O carrinho-de-mão completamente kitado. É o tunning do carrinho-de-mão mais conhecido da história. Este é um dos poucos artefactos caramelos capaz de entrar nos mais conceituados museus do mundo.

Os Bardoada com a sua música inspirada na fuguetaige dos círios. Uma música melodiosa berdadeiramente caramela.

Um bom exemplo de mobilização municipal. É importante saber que o home que puxa usa um combustíbel tinto do Poceirão e leva um depósito de reserva.

Um berdadeiro poema no tablier que só um caramelo brabio saberia escreber.

E agora a fase dos carros alegóricos de índole ruralo-sucateira com encenações e rábulas à mistura. Neste caso podemos ber uma inspecção automóbel da Controlauto, (Vale do Alecrim) em que ingenheiro bai chumbar o beículo por nã ter champô perfumado na água do limpa vidros.

... mas afinal passou à segunda inspecção. O ingenheiro descobriu que afinal o beículo trazia um atrelado com uma máquina de imperial, e assim tudo se resolbe. Na Caramelândia, quem leva um atrelado com uma máquina de imperial tem sempre todos os seus problemas resolbidos.

Mais um caso duma inspecção bem sucedida, desta bez bastou levar um taliban a guardar o motor.

Um carro promocional dos produtos caramelos. Na codaque seguinte podemos ber em pormenor o que é que está ao dispor da população...

Temos bários artigos de interesse, como três laranjas, a carapaça dum esquentador, um jerrican cheio de ferruige e algumas cuecas em segunda mão (segundas nalgas) entre outras coisas! Quem quiser outras mercadorias... só importadas da Ásia.

E agora a tão esperada fase das minardas-alegóricas. Neste caso uma limosine mono-logar para levar as grandes estrelas do caraoque.

Um gaiato a marcar território laboral, não vá um dia ficar sem emprego.

E agora uma limosine com um sofá familiar totalmente panorâmico.

Como não podia faltar, aqui está mais uma bez o nosso comboio alegórico. Este ano transformou-se num útil submarino já com toda a tripulação. É de sublinhar a bandeira lusitana como ícone dum carnabal que dura há mais de 800 anos e que hoije im dia está mais forte do que nunca.

Uma pubalera-alegórica com um tripulante debidamente mascarado. À frente, no guarda lamas, está mais uma antena da FLC para detectar os níbeis de cramelidade. Pelo estado em que está podemos adibinhar que passou por perto alguma caramela digna de registo. Da parte de trás está outra antena com a mesma tecnologia, mas só pra detectar os pontos cardeais.

Lá bai o cortejo a desaparecer, a caminho dos bombeiros e...

... atrás bai o carro-bassoira-alegórico e mais as suas bailarinas numa bela coreografia, encenada pela Junta de Freguesia.

E prontus... Pró ano há mais.

Mas entretanto a FLC bai fazer tudo para que o carnabal seja, um dia, 100% caramelo.

Mai nada!!!