7.11.07

Cartas à Babuige

Deribado à inchente de cartas caté põim a cagulo o nosso alguidar de currespondêiça, bamos espatar aqui neste espaço o que elas querim dizer. A FLC aicha ca bóz do pobo caramelo debe tar sempre à frente das outras bozes e ruídos. A responsabilidade é dos donos das coisas que dizem.


Sou do Pintiado e escrebo esta carta porque ante-ontim fui à Junta de Freguesia da Capital Caramela pra me inscreber pró grande incontro de bersos e poetas e galhofeiros, na sede do Rancho Folclórico do Pinhal Novo. E o que é que me aconteceu? Hã? As reparigas da Junta dsseram a mim: bocemecê na pode intrar porque é do Pintiado, bá lá prá sua terra dzer os seus bersos. E eu : O quêim? Mas o Pintiado nã pertence à Caramelândia nim a Palmela (ó lá o que é isso)? E elas nada. Bem… fui-me imbora pra casa aborrecido e escrabi esta carta à FLC. Gostaba que publicassem os meus bersos pra toda a gente saber cu Pintiado é tamêim terra de caramelos, de nabalhitas, fuguetaige e bersos.
Munto agradecido.



Nabalhita, meu bem

Foi num sorteio do marcado
Num númaro escolhido ó calha
Saia-me sempre um rabuçado
dessa bez foi a nabalha.

Fiquei logo afeiçoado,
À nha bela nabalhita,
Bá lá ber respeitinho aqui,
Comigo já ninguém grita.

Oh nabalhita afiada
és aquilo q’eu quiser,
quer aberta quer fechada
Metes medo à GNR.

Metes a GNR desostinada
E na faço mal a ninguém,
Só mato os porcos à facada
Pra eles os comerem tamém.

A nha nabalhita é uma beleza
Amolada no poial do portão
Faz cirurgias à bxeza,
Tira as casmarras do cão.

Raspa as raspas da frigideira,
Descasca a maçã riscadinha,
Desmonta uma zundape inteira,
Oh nha rica nabalhinha.

Corto um bolo de fatia im fatia
num truque que só eu é que sei
Dizem até q’eu tenh na mania
Cum a nabalhita q’eu ganhei.

Corta-me o calo dum pé,
Berzunta a manteiga no pão,
Benham ber como é que é
Como é q’eu rebento um balão.

Oh nabalhita, oh meu bem
Tu és a melhor a cortar
Cortas-me os dedos tamém
Mas isso só s’eu deixar.

Oh nabalhita minha donzela,
Abres mines na coletbidade
És fusível, gazua e sovela,
És toda a minha baidade.


Sou Caramelo brabio e balente,
Mato o pato o frango e a galinha,
Mas na sou home nim sou gente,
Sem a minha nabalhinha.

"

Autor:
Toin Catrefada

8 comments:

Anonymous said...

A minha nabalha agora está a traçar a castanha, para assar no dia de S. Martinho.

Anonymous said...

Das intenções e discussões políticas da vossa palhota, ainda não tive tempo para averiguar mas que este blogue é uma grande barrigada de rir, ninguém o pode negar.
E vinha eu do "tasco" do Zé do Cão a segurar as entranhas e, vai-se a ver a "coisa" aqui ainda está melhor.
Bela "nabalhita", sim senhor (eheheheh).

Anonymous said...

a seguir ó canito, a nabalha é o melhor amigo do hóme brabiu.

Rhythm & Blues said...

Lindo.

Anonymous said...

Boa noite ó pandleraige.
Atão parece que há poetas por aqui.
Para mim a poesia mais balente é quando desinrolho uma mine, um som daquilo atei me poe os oubidos em auga doce.
Mas tambem nao acho bem que esse home do pentiado queira ir à poesia e naõ o dexim.
A ber se os presidentes de câmara mudam as regras para deixarem os homes do povo ler e escreber.
Mas já tou com conbersas a mais, tou com sede, vou mas é buer uma grade só para nem sei.
Bou agora.

Anonymous said...

Pois eu acho bem que todos tenham direito a escrever. Não foi por isso que fizeram o 25 de abril? direito a manifestar a sua opinião? então porque não deixaram esse senhor do pentiado inscrever-se? O que será que o senhor presidente da junta de freguesia tem contra as gentes populares que gostam de escrever, mas que moram noutra localidade?
A arte não é de todos? A mim sempre me disseram que as batatas são de todos, que vinho são de todos e quando ocupamos uma casa no alentejo e eu era o lider sindical que a cultura do povo era do povo. Então porque limitar a cultura a alguns e outros que tem poesia popular não podem dizer?
Um bem haja as gentes desta revista por mostrarem coisas destas de bradar a todos e mostrar que a cultura popular anda amordaçada.
quando eu era dirigente sindical tudo era do povo. pelo menso era o que os do partido nos diziam.

Zé do Cão said...

Hoje li no jernal Global, qué distribuído à molhada pra quem quiser, que bai haver e amanhã também na Assembleia da Republica, uma rasteiro ou rastreiro ou isso, qué por causa da prostáta (os gajos inrrijam cada nome), caté fico zuado. Acho mal que tibessem escolhido logo esta data a seguir ao S. Martinho. Os gajos inda 'stão cas tripas cheias das castanhas e é preciso meter-lhes o dedo no anus. Já pinsaram os parlamentares todos cas calças baixinhas com a bunda destapada, todos birados uns pós outros a dar traques e os médicos cos dedos e cas unhas todas pretas asugeitar-se a pegar alguma doença.
Podiam fazer estes exames pró natal porque ao menos a comida sempre era pirum, felhozes e cuscurões.

desculpem mas eu tinha que dizer isto, porque habia gente que não sabia e assim já sabe.
Quando for cá no nosso parlamento, bamos escolher uma data e abisamos
os senhores deputados pra só beberem cházinha 8 dias antes qué pra correr tudo bem e os doutores têm que pôr no dedo uma coisa de borranha.

Anonymous said...

Oh Toino das Mines, atão agora comentas e nã dexas link, carago?