29.12.05

Caramelos no lisboa-Dakar

Depois da já habitual participação de Bernardo Vilar, eis que surge mais um representante da nação caramela no famoso rali.
O seu nome é Sebastião Valdina. A sua paixão, carrinhas de caixa aberta, de preferência toyatas Dina.
A FLC, foi entrevistá-lo a casa, um descampado perto de Valdera, que serve de porto de abrigo a dezenas de fragonetes, que por ali passam os seus dias, com mais ou menos ferruige.
Sebastião Valdina, é conhecido entre a sua repaziada, pelo Tião da Dina, e as suas qualidades de condutor são tão famosas, que ultrapassam de forma brabia, as fronteiras de Valdera, ecoando ruidosamente nos “óbidos e orelhas de aquaise todo o pobo caramelo”.
Sebastião passa os seus dias, a limpar, olear, artilhar, desmontar, rectificar “e muitas más cosas que acabam im ar”, pois “nã sou home patar parado armado im parbo, sim fazer nada, nã sou, nã sou, o quei que bócê quer?”.
Convida-nos para nos sentarmos perto do poço, à sombra de uma centenária árvore, segundo ele plantada pelo seu tetravô. Aquilo que ao longe pareciam morcegos, não passam de centenas de carapaus e polvos secos, pendurados, atados com cordel aos troncos, a secar ao sol caramelo. A segunda paixão deste home “ei a bicheza seca com sal. O quê gosto ei dir aí pelo mato, com a nha Dina, a assapar e a roer umas cabeças de carapau ou choco seco”.
Perguntamos-lhe porque decidiu participar no rali, numa prova tão dura. Para Sebastião, o objectivo principal não é ganhar, mas sim representar a nossa cultura, “da forma o mais brabia possibél. Nã bou lá pa ganhar, nim mintressa lá os preimes cus homes têm, bou lá pa distribuir cultura caramela e ber aquelas terras, aqueles homes de todas as raças e fitios”. Diz que não vai a Lisboa, que se “por aí tanto se fala que a proba começa na capital, pois par mim, a nha capital éi o Pinhal Nobo, atão ei de lá quê bou sair e ódepois logo os apanho pú caminho”.
Conta-nos que têm já apoio de várias intituições, entre as quais refere as Juntas de Freguesias da caramelândia, as quais “nã ma apoiaram financeramente, mas lebo aqui um saco cheio de galhardetes, calendários, medalhas e posters, com retractos dos respectibos presidentes, pa distribuir po pobo por onde for passando”. Conta também com o apoio de lojas conhecidas da capital, como os Retornados, Cooperatiba, Loja António Brinca, Gil das Farinhas, etc.
A Toyota Dina, com a qual vai competir, foi rebaixada pelo Rui Ferrador, e foi o próprio Valdina, quem lhe colocou uns “balentes paneus de tractor”. Deste modo, pode-se inscrever na categoria de camiões, e promete competir até à ultima etapa. Deixa no entanto um aviso: “quando me fartar daquilo, benho-me imbora, a mim ninguém móbriga a andar lá”.
Sebastião Valdina, espera contar com o apoio de toda a caramelândia e necessita por agora de todos os apoios que lhe possamos dar.
Quem o quiser encontrar, basta dirigir-se a Valdera, ao Café Mata e Esfola e lá deixar o seu donativo, “em bíberes, galhardetes, limbranças da nossa terra ó denhero!”.

4 comments:

Anonymous said...

Ê tamem queto ir na Dina. Será que posso ir lá atrás do taipal da fragunete? É que ê nunca fui ao Dacar e uma boleiazinha vinha a calhar.

Anonymous said...

Podia-se era lebar um meio-bidon cum um porco pindurado no taipal e um arranjo feito cum folhas de palmera, adepois já podia ir uma carrada de maltezaria p'lo deserto afora a largar foguetaije e destribuir as prendas da Junta de Freguesia.

Anonymous said...

Viva aí ó Maltezaria...

A razão desta inventura é mas do que balida, pos o q´intressa é a convivencia, e acima de tudo, a dibulgação da nossa coltura em terras tãm brabias que nãm lembra a ninguem lá prentar oa péis.
Tou capaz d´ir atraz do Toino da Dina cúma fragunete carregada de lenha p´ra acendere o meio-bidom, que lá prá quelas bandas o moço é capaz de nã encontrare carburante pró dito.
Aproveto p´ra fazer a dibulgação du palheto de reserba du ano da inauguraçom do Dakare aqui da nossa region CARAMELA.

BOM ANO NOVO prós barabos Caramelos!!!

Anonymous said...

Mandam as regras que nunca se vai para um motel com a legítima. Não só não
tem piada, como pode causar sérias perturbações
familiares... Gostava agora de repartir com os meus amigos e leitores esta
pequena história, que o tempo e o passar de boca em boca não
permitem identificar se é verdadeira ou simples fabula. Seja como for, aqui
vai!

Josefa não aguentou e teve de contar à sua amiga Lurdes:
- O teu marido foi visto num motel.
A Lurdes abriu a boca e arregalou os olhos. Ficou assim, uma estátua de
espanto, durante um minuto, um minuto e meio. Depois pediu
detalhes.
- Quando? Onde? Com quem?
- Ontem. No Discretu's.
- Com quem? Com quem?
- Isso eu não sei.
- Mas como era a gaja? Era alta? Magra? Loira? Pernas boas? Rabo grande?
Mamas arrebitadas...
- Não sei, Lu.
- O Carlos Alberto vai-mas pagar. Olaré, se me paga !!
Quando o Carlos Alberto chegou em casa, a Lurdes anunciou que iria deixá-lo.
E contou porquê.
- Mas que história é essa, Lurdes? Então não te lembras quem era a mulher
que estava comigo no motel era tu, minha tonta !!!
- Claro que me lembro !! Maldita hora em que eu aceitei ir lá ao Discretu's
dar uma rapidinha! Toda a cidade já sabe que tu estiveste
lá com uma gaja !!! Ainda bem que não me identificaram...
- E agora?
- Agora ?? Agora vou ter que te deixar !! É óbvio? É o que todas as minhas
amigas estão à espera que eu faça. Não sou mulher de ser
enganada pelo marido e não reagir.
- Mas tu não foste enganada. Quem estava contigo era eu, o teu marido!
- Mas isso é pormenor e elas não sabem disso!
- Eu não acredito, Lurdes! Tu vais acabar o nosso casamento por causa disso?
Pelo que as outras mulheres pensam ???
- Vou!
Mais tarde, já quando a Lurdes estava a sair de casa, com as malas, o Carlos
Alberto chamou-a. Estava sombrio, taciturno...
- Acabo de receber um telefonema - disse - Era o Mendes.
- O que ele queria?
- Fez mil rodeios, mas acabou por me contar. Disse que, como meu amigo,
tinha que me contar.
- O quê?
- Que tu foste vista a sair do motel Discretu's ontem, com um homem, e que
de certeza não foi coisa boa.
- O homem eras tu!
- Eu sei, mas eu não fui identificado.
- Mas não lhe disseste que eras tu?
- O quê? Para os meus amigos ficarem a pensar que vou a um motel com a minha
própria mulher? Deus me livre de tal coisa!!
- E então?
- Desculpa, Lurdes, eu não queria, mas...
- Mas o quê???
- Vou ter que te dar uma carga de porrada...