4.8.06

Consultóiro do dia-a-dia


Se tiberes ãinças ou bicho-carpinteiro, escrebe práqui que a FLC dá-te a mesinha. Tamém podes fazer as tuas précuras que temos um rancho de caramelos especializados que te darão as respostas certas.

Exmos. Srs. da Frente de Libertação Caramela, escrevo esta carta porque tenho andado com um grande problema e espero que o consigam resolver. Vivo na Cascalheira e sou caramelo há cerca de um ano porque o ano passado aderi ao “Kit – Novo Caramelo” (fornecido por V/ Exas) e tenho sempre praticado com toda a família os costumes da nossa terra com muita dedicação. Posso dizer que até já tenho uma flober para acertar nas molas da roupa da vizinhança e até já comi uma maçã riscadinha escondido nuns arbustos em Valdera. Já sei ler a nossa língua e estou a dar os primeiros passos na escrita. O problema é que não consigo falar o caramelo! Ainda a semana passada estive no Rancho Folclórico da Venda do Alcaide e senti uma certa vergonha por não saber falar como o resto da malta. O que devo fazer para poder falar o caramelo correcto?

Ó meu rapaz, bocemecê beio ao sítio certo na hora certa, pois a FLC acabou de preparar um curso de Berão sobre a oralidade e vernáculo caramelo moderno. Basta inscreber-se aqui. O curso serbe pra resolber os problemas da fala e vai ter as seguintes disciplinas:

Teorias da oralidade caramela (TOC)
Nesta disciplina são dadas noções sobre as cumbersas dentro da binha e algum bocabulário perdido. São dadas tamém as diferenças de linguaige nas dibersas regiões da Caramelândia e visionamento da telenobela “Cuiratos cum açorda” como estudo da riqueza línguística. No final, cada participante contará uma históira da sua cabeça em caramelo arcaico.

Terapia da fala
Aqui põe-se em prática a árdua tarefa de articular palabras enquanto se está a comer coirato; a posição da língua e o tom certo da bóz. Nas variantes da fala, as caramelas aprendim a falar em falsete, e os caramelos aprendim a falar enquanto emborcam uma mine. Para os mais interessados, a nossa terapeuta bai insinar tamém a falar com salpicos de cuspo (com placa e sem placa) como forma de comunicação a meia distância. Esta disciplina termina com uma dramatização na sede do Rancho Folclórico das Lagameças.

Debate-garreia
É uma disciplina nuclear onde se aprende a falar caramelo brabio em público. Terá exercícios de dicção correcta e leituras em bóz alta com um palito na boca; demonstrações de dibersos tipos de debate-garreia tais como a garreia a andar em cima da Famel sem cair, a garreia na coletbidade e a garreia na reforma-agrária. No final, será feito um exame na sede do Grupo Desportivo da Lagoa da Palha, numa noite de bálho. Este exame faz parte do trabalho final “A berdade está na bóz” proporcionando uma marabilhosa biaige aos rituais da razão fundada na oralidade. Os finalistas têm de se integrar no imbiente onde, previamente, estão todos a falar ao mesmo tempo. A partir daí é preciso percebê-los e fazer baler a sua ideia, atrabéz dum debate-garreia contínuo, a comer coirato e a beber mines. Se o finalista cunseguir cunbincer dois caramelos, passará com distinção.

Resposta de Manel Encontrado (assim conhecido porque foi encontrado dentro dum cesto, junto a um ninho de vespas).

10 comments:

Anonymous said...

Sou tambem um caramelo mas que por vezes devia falar mais como os caramelos.
Onde me posso inscrever nesse curso de que falam, quero inscrever-me no curso do debate garreia, pois quando estamos todos no cafe do Diamantino em Valdera, ninguem me ouve e eu falo para o ar.
Por isso queria saber onde me posso inscrever e saber falar caramelo como deve ser.
Um obrigado para a F.L.C. que educa o povo caramelo e que faz mais do que qualquer partido ou do que os auto denominados amigos do povo. Um apelo para todos aqueles que acham que devem tamber aprender caramelo, inscrevem-se neste tipo de iniciativas e defendam o nosso idioma que nos caracteriza.
Balintim

Anonymous said...

sim rapazes, se querem mesmo ser caramelos o melhor deve de ser de aprenderem a falar como eles, poruqe cada vez menos pessoas falam o caramelo e se por aqui se brinca com isso, fiquem sabendo que o caramelo deve de ser mesmo uma especie de dialecto ou identidade que esta zona tem, por isso deviam mesmo fazer cursos e estudos sobre estes povos que aqui habitam.

Anonymous said...

Olá Queridas Amigas,
Eu como Caramela há cerca de 2 anos e 97 dias, vou inscrever-me neste curso de Verão, para aperfeiçoar a minha pronúncia Caramela.
Já sei dizer algumas palvras em Caramelo, mas ainda me falta pronuncia. Sei dizer "Ó Arturi, vai lá além carregar na bomba pra dar áuga prá batata doce".
As minha queridas Amigas do Restelo têm inveja de mim, por eu já saber lançar foguetaige com uma mão, enquanto com a outro seguro numa mine preta.
Por isso, proponho à FLC, um curso de hábitos Caramelos "truques e dicas" dos seguintes temas:
- Como artilhar uma Famel Zundapera sem sair de casa;
- Como usar correctamente o palito ao canto da boca, sem comer o palito;
- Como ir do Vale da Vila à Carregueira, sem passar por Venda do Alcaide;
- Como dançar no Rancho sem pisar os pés do par dançante;
- Como ir à Reforma Agrária e escolher o melhor feijão verde;
- Como abrir uma mine enquanto joga matrecos;
- Como apanhar caracóis com rede invisivel no Lau;
- Como colocar correctamente o capacete no cotovelo, enquanto se arregaça na menarda;
- Como encontrar o Joaquim Betenera antes que ele te encontre a ti;
- Como ganhar no jogo da malha nos reformados, sem que eles saibam que estás a jogar;
- Onde saltar o muro e apanhar as melhores ameixas do vizinho.
Deixo ao critério das minhas amigas de mais temas, que são fundamentais para a aprendizagem do Caramelo Profundo,
Beijinhos pra todas,
Cécé

Le_M_do_Fit said...
This comment has been removed by a blog administrator.
Anonymous said...

Dou lições caseiras a jovens moçoilas caramelas em casa basta contactarem-me...

Anonymous said...

gosto muito de ber que à amontes de gente a querer pertencer à caramelaige bera, mas só se consegue ser caramelo com muito trabalho e na regra número um é não gostar daquele pobo bizinho que avive perto de um castelo que se achamam palmelões.
Já Agora dá-se aulas de fornicanço caramelo adebaixo de chaparros junto às bacas do Rio Frio. A primeira lição é grates.

Le_M_do_Fit said...
This comment has been removed by a blog administrator.
Anonymous said...

UIII, sinto-me perdido! Mas penso que há solução para o meu caso... tenho nos meus genes sangue Beirão (zonas alta e litoral) e vim morar para a Village Caramela há um ano...mas nápá de language caramela. e os costumes confesso, não tenho feito a diária. Envergonha-me bastante, mas depois de ler o vosso artigo sinto-me com forças para acaramelar-me.
Xaudinha da boa!

Anonymous said...

Gostaria que alguém idicásse uma mézinha casêra, para impedir o bolteio da tripa caguêra em tempo de ida à ubas do bizinho (que tão quentes e chêas de sufato). E já agora, do belo do figuito.

PS: Quais as binhas da caramelaige com as parras mais verdinhas e macias no caso de real caganêra?

Anonymous said...

Olá amigues. Bocês sabem o que se deve fazer em caso de "mau-olhado-palmelão"?
É cus gajos olham muito lá de cima para nós e só debe ser coisa ruim...Já tentei cuns restos de azete "Caravela" e nada...debiam era conbidar o Padre Fontes e fazer aqui um grande ajuntamento de bruxos...tudo a adbinhar!!!!!