5.9.06

Grandes entrevistas de verão

Espaço dedicado a entrebistas beraneantes com homes de elebada importância na grei caramela

A grande entrebista de berão bai para Fernado Excomungado Pitrólero, idade incerta, residente na bela localidade da Carregueira e candidato assumido à presidência da futura C.E.C. (Comunidade Económica Caramela).
A hora combinada para a entrevista não foi a melhor, a planície está quase deserta, três da tarde, o sol caramelo fustiga-nos o coirato atéi à intarmiada. Depois de pricuramos no café Lua Cheia Aparbalhada, não foi difícil encontrarmos o nosso homem. Manuel Pitrólero é de facto um home rijo, que impressiona pela determinação das suas ideías e porte quase aristocrático (de linhagem caramela).
Mal entramos no seu território (um antigo terreno baldio por ele ocupado no pós-25 de Abril) avistamo-lo: está no alpendre, confortavelmente instalado numa velha cadeira de palha, rodiado por dois cães de raça coelhera, que bastante brabios, não param de nos rosnar, eriçando o pelo e mordendo-se mutuamente. Nandinho do Pitróile (como gosta de ser chamado), tem os pés dentro de um alguidar com áuga e gelo, o qual serve simultaneamente de refrescador de mines e de uma metade de melancia, na qual ele acraba as unhas, esgrabatando as pevides que se misturam com a água fresca. As primeiras palabras que nos dirige não são cordiais:”tal tá a merda, atão já pinsaba que bócês na binham, bá lá ber, tenho mais que fazer!”. Percebemos depois que Pitrólero nos confundira com repórteres do Jornal do Pinhal Novo, e assim desfeito o equívoco, (sabendo que éramos da FLC), nos convidou imediatamente para entrar, oferecendo-nos melancia fresca e mines, “se são da FLC são amigos, car...”, disse. De seguida, num movimento elegante e igualmente selbaige, sacou da sua navalha, mergulhou-a no alguidar dos pés, levantando-a pouco depois. Na ponta trazia um belo pedaço de melancia, o qual nos ofereceu, ao mesmo tempo que abria duas mines com os dentes, “bebam repazes, cú calor tá aparbalhado, isto aquase parece que se bibe dentro de um meio bidon im brasa”.
N. Pitrólero tem uma longa história de trabalho e deambulações por todo o território caramelo, o qual conhece bem e no qual é também bem conhecido. Diz não só orgulhar-se dos muitos amigos que tem, mas também dos muitos inimigos que foi fazendo e que o ajudam a manter-se “sempre de pêlo eriçado como os mês canitos e de crista im péi comó galo cobridor”. Em gaiato, após o avô “ter aparecido im casa com um zingarelho que daba luz”, decidiu começar a vender pitromaxs de porta em porta, o que lhe permitiu comprar a sua primeira bicicleta a motor “ainda me alembra, fui à capital, ó Sousa das Bcicletes e paguei im denhero. Intrei na loja e disse: benho a péi mas quero sair daqui a cabalo im qualquer coisa que ande à parba”.
Pouco depois, fez parte do grupo de pioneiros caramelos que acreditaram na exploração do petróleo na região do Lau e consegui com isso amealhar uma pequena fortuna. Quando este tema de cunbersa surge, os seus olhos brilham, e entre mais uma nabalhada de melancia do alguidar e um gole de mine, diz:”ali habia pitróile bardadero, quim acraditou nisso, incuntrou o óile que faz os homes parbos. No ínicio para cunseguirmos extraí-lo tinha de ser à pá e ódepois chupá-lo por uma manguera...ingoli muitos litros de pitróile, atéi o mê mijo era balioso.. Aquase todos os meios bidons que hoje andam por aí, fui eu que os bindi, chiínhois atei ó cagulo de pitróile caramelo”. É este o home que quer ser presidente da futura Comunidade Económica Caramela, um sonho que acalenta desde gaiato, porque na sua opinião a caramelândia deve-se unir para que “ nã facam do home caramelo brabio um bicho im istincão para ser mostrado im desfiles e também para que a gente nã se ingalfinhe todos à bardoada e ó tiro uns cús otros, esquecendo-se que somos um só pobo, selbaige e rijo”. Entretanto as primeiras estrelas começam já a aparecer no céu da Carreguera e Nandinho Pitrólero tem os pés frios. Em silêncio, absorvido pela serenidade do horizonte, limpa os pés nos cães e enrola um cigarrito. Absorto, contempla agora o mundo. Queríamos ainda fazer-lhe algumas perguntas sobre a futura C.E.C., mas ele diz-nos calmamente: “repazes, se eu fosse a bócês punha os chispes daqui par fora. Bai comecar o nosso dibertimento nocturno, uma sassão da tiro”. Vêmo-lo pegar na caçadera, colocar o cigarrito ó canto da boca e apuntar para a casa do vizinho. Não tardam em chegar as primeiras rajadas de tiros, provavelmente provenientes de uma outra casa mais distante, que se acrabam na chaparia da marquise. Aproveitamos a sugestão, rastejamos até ao portão e vamos de menarda pela noite fora, cuntentes por termos conseguido mais esta entrebista com um home importante da caramelândia. Ao longe ainda se ouvem tiros...

14 comments:

Anonymous said...

obrigado à flc.
fiquei a conhecer mais um importante home da nossa região.

Anonymous said...

Balente entrebista, como nos podemos candidatar a ser entrevistados ou a sugerir pessoas para entrevistas? conhecemos alguns que davam boas entrevistas, basta ouvi-los aqui à noite.

Anonymous said...

a ver se na passo nessa rua ao fim da tarde.
vai lá, vai!

Anonymous said...

Boa tarde meus senhores,
sou uma pessoa respeitada e que se dá a respeitar nesta pequena comunidade caramela.
Gostei de ler o que li, porque esta leitura, além de lida e re-lida, constatei que se lesse com mais atenção, não conseguia ler, porque ao ler, não lia aquilo que queria ler, por essa razão, vou deixar de ler o que leio para ler aquela parte em que li com mais atenção e depois leio o que li na outra parte em que leio e penso que não li, e assim satisfaço a minha alma numa leitura em que leio apenas o que quero e não leio aquilo que já li para não ter de ler outra vez e voltar a ler por não ter atenção ao que já havia lido e desta forma formulo uma leitura em que as palavras são constantes e a leitura torna-se mais agradável sem sequer ler aquilo que não quero ler, para não repetir inumeras vezes a mesma palavra continuando assim umas ricas férias de verão com uma leitura agradável e de boa disposição.
Fiquem bem meus amigos, porque com leituras aprofundadas deste calibre não é muito exigente ler e voltar a ler porque a atenção centra-se no que já foi lido e se não se leu com atenção então é que voltamos a ler para ficarmos a saber o que ainda não tinha sido lido, porque o cérebro não estava com atenção de saber aquilo que ainda não tinha sido lido e ler a primira linha não é a mesma coisa que ler a segunda linha e a do meio não fora lida.
O importante disto tudo, é que a cultura caramela, sem ter de se ler algo sobre ela e se tenha de procurar algo para ler e se saber, é uma cultura que não obstante de se ler nos livros e nos blogues, lê-se um pouco de tudo desde leituras mais comtemporâneas a leituras dos nossos antepassados que liam e escreviam sobre aquilo que ouviam e liam, carregando assim uma responsabilidade maior sobre todos nós, porque lemos mais do que eles liam e assim, ao ler tudo o que lemos e ficamos a pensar se havemos de ler mais para depois podermos escrever mais sobre aquilo que havíamos lido, chegamos à conclusão que fica sempre algo para ler e se procurarmos um livro, ele não chega para compreender o que estamos a procurar e temos de ler e procurar o que ainda não tinhamos lido e assim ficamos a saber uma infima parte do que foi lido e aquilo que ainda não lemos também não sabemos e vamos ler ou vai ficar por ler.
Consequentemente, despeço-me desejando a todos os amigos caramelos uma excelente leitura, e procurem sempre algo mais nas letras.
Um grande bem haja para os sócios-gerentes desta colectividade FLC

Anonymous said...

Boa tarde meus senhores,
sou uma pessoa respeitada e que se dá a respeitar nesta pequena comunidade caramela.
Gostei de ler o que li, porque esta leitura, além de lida e re-lida, constatei que se lesse com mais atenção, não conseguia ler, porque ao ler, não lia aquilo que queria ler, por essa razão, vou deixar de ler o que leio para ler aquela parte em que li com mais atenção e depois leio o que li na outra parte em que leio e penso que não li, e assim satisfaço a minha alma numa leitura em que leio apenas o que quero e não leio aquilo que já li para não ter de ler outra vez e voltar a ler por não ter atenção ao que já havia lido e desta forma formulo uma leitura em que as palavras são constantes e a leitura torna-se mais agradável sem sequer ler aquilo que não quero ler, para não repetir inumeras vezes a mesma palavra continuando assim umas ricas férias de verão com uma leitura agradável e de boa disposição.
Fiquem bem meus amigos, porque com leituras aprofundadas deste calibre não é muito exigente ler e voltar a ler porque a atenção centra-se no que já foi lido e se não se leu com atenção então é que voltamos a ler para ficarmos a saber o que ainda não tinha sido lido, porque o cérebro não estava com atenção de saber aquilo que ainda não tinha sido lido e ler a primira linha não é a mesma coisa que ler a segunda linha e a do meio não fora lida.
O importante disto tudo, é que a cultura caramela, sem ter de se ler algo sobre ela e se tenha de procurar algo para ler e se saber, é uma cultura que não obstante de se ler nos livros e nos blogues, lê-se um pouco de tudo desde leituras mais comtemporâneas a leituras dos nossos antepassados que liam e escreviam sobre aquilo que ouviam e liam, carregando assim uma responsabilidade maior sobre todos nós, porque lemos mais do que eles liam e assim, ao ler tudo o que lemos e ficamos a pensar se havemos de ler mais para depois podermos escrever mais sobre aquilo que havíamos lido, chegamos à conclusão que fica sempre algo para ler e se procurarmos um livro, ele não chega para compreender o que estamos a procurar e temos de ler e procurar o que ainda não tinhamos lido e assim ficamos a saber uma infima parte do que foi lido e aquilo que ainda não lemos também não sabemos e vamos ler ou vai ficar por ler.
Consequentemente, despeço-me desejando a todos os amigos caramelos uma excelente leitura, e procurem sempre algo mais nas letras.
Um grande bem haja para os sócios-gerentes desta colectividade FLC

Anonymous said...

Grande post! Fantástico! Bale a pena esperar!!

Anonymous said...

Numa vazante, passei lá nessa rua e oubi jardas de aflóber caté fikei parbo. Ia na minha esmaltina importada la du outro lado du concelho, e ia a pegar no járrican com binháça caramela pa dar pojança, e sinto uma jarda de chumbo a passar-me ao pé do capaixo, bindo dos lados além da salgueirinha... parei a bina, truqueilhe a corrente à mao para o carreto mai baixo, e assapei dalém pra fora caté ia a fazer pó na lama. Será da binhaça caramela?

Anonymous said...

Boa tarde pandleraige.
Pa mim ei uma mine.
Bim agora dos arranjos dos motores de rega. Os motores incrabaram e tibe de os tar a arranjar. Aprubeitei e bui umas três grades de mines.
Este home de que falam ei o Home que dá tiros à parba, aquilo àquela hora não se pode lá passar, já tintei e só bisto.
Bem, bou agora à mercearia comprar umas grades de mines pois as minhas já tão vazias.
Alguém viu o Zei Ratoera?
Ó Zei, anda buer umas mais eu!

Anonymous said...

O jornal do Pinhal Novo devia ver como se fazem entrevistas e deixar de dar lixo aos caramelos.

Anonymous said...

isto é qué gente rija.
balentes, brabios e tresmalhados.
Ainda outro dia passei ca nha menarda xf23 artilhada com o pé de rojo, e vi o Ti Toino Trombalhudo com os sês canitos a fugir da sessão de tiro.
Primero pensei que era tiro aos pombos, mas ódepÔs é quê vi que mesmo gente abrutalhada aos tiros à bizinhança.
E logo agora quÊ pensava em comprar uma casita ali prós lados da cela, pra ficar más próxmo das moças raçudas, já na quero saber disso.
Tenho de safar a nha ossada.
Salve-se quem puder, quê vou buer uma com o Toino da Mines, enquanto ratoera sem mola n'aparece

Anonymous said...

Também tenho uma menarda dessas como a do lenhador gosto de andar com os pés de arrojo caté gasto as solas todas.
Mas aqui é que há gente raçuda e abrutalhada.
Este desporto só podia ser dos caramelos brutos do outro lado da Palhota.

Anonymous said...

atao e nao dizem nada sobre outras grandes personagens da caramelandia?
bejam la se tenho de falar e dizer coisas que iriam incomodar muita gente instalada la em cima perto do castelo, os camaradas que nos governam, que voces pensam que sao amigos do povo e eles sao mas e grandes camaradas para eles.

Anonymous said...

Benham de lá essas grandes reportiges cagente tá práqui á espera!
K

Anonymous said...

só pa abisar, que as milicias fizerem os ensaios gerais na semana passada no fecho das bindimas, de como por o castelo a arder, com a simulação brabia... aguarda-se nobos desenbulbimentos... porra.