5.6.08

CONSULTÓIRO DO DIA A DIA - AS FESTAS CARAMELAS

Pargunta
Exmos Srs, da Frente de Libertação Caramela, vivi 30 anos na Amadora, mas agora sou um morador aqui na Caramelândia, mais propriamente no Terrim. Desde logo tenho acompanhado este V/ espaço de divulgação que me tem ajudado muito a integrar-me na cultura caramela. No entanto, num artigo publicado por V/ Exas. falou-se em “beber mines à rodada”, coisa que me intriga bastante, pois eu não sei do que se trata. Gostava que me dissessem o que é isso de beber à rodada, já que as festas do Pinhal Novo vão começar e tenho medo de fazer alguma coisa mal. Muito obrigado.
Resposta

Ó meu repaz, ainda bem que bocemecê anda a ler a nossa literatura, pois só com a FLC é que é possível total integração nos costumes do pobo caramelo. Pois amandou uma questão de grande interesse e im boa altura por modo das festas, porque tempo de festa é tempo de rodada caté um home fica bruto.
Atão arrebite lá as orelhas.
É durante as festas que a rodada adquire grande importâinça, falamos de rodada de mines, rodada de emprial, rodada de sopa caramela e até rodada de fartura caté as tripas ficam aborrecidas por dentro. Fique sabendo que a rodada é dos costumes mais eficazes pra estabelecer o contacto social, fortalecendo as relações. O fortalecimento é tal que chega a ser saudado com fortes punhadas, terminando ópois em calorosos abraços. Esta prática da rodada possui códigos de conduta muito específicos e isso tem muito que se lha diga. Mas, como já se disse mil bezes, é na rodada de mines que bocemecê pode encontrar toda a beleza da cultura caramela.
Fique sabendo que, para que aconteça uma rodada, tem de existir pelo menos dois caramelos à cumbersa… mas a rodada só com dois na tem graça nenhuma, pelo que um terceiro é sempre bem bindo, e ó despois um quarto e por i fora até tornar a rodada monumental de 40 mines de cada vez, caté o taberneiro apanha medo e tem que ir chamar a GNR pra acabar com aquilo.
Na rodada de farturas a canzoada também participa, festejando cada momento com rabo a abanar e lembendo os bigodes, mal sabem os bichos que, horas depois, vem a cólica rafeira, caté ganem por esses aceiros afora.

Bem! Se bocemecê, que é um desconhecido, quer entrar numa rodada, siga intão os nossos cunselhos:

Rodada na coletbidade

1) Certifique-se de que existem mais de dois caramelos a buer mines à rodada;
2) Compre uma só pra si e aproxime-se lentamente, com a sua mine na mão, para perto da rodada;
3) Nesse momento os caramelos começam a falar mais alto pra que bocemecê esteja tamém a óbir e, apesar de paracer que estão à cumbersa uns com os outros, na realidade não estão! Eles já só estão a falar pra bocemecê que é desconhecido.
4) Nestas condições não resista muito tempo em silêncio, tem de participar, ou intão o que é que está a fazer feito parbo ali só a obir, a obir, a obir? Hã?
Bem!
5) Tome parte da cumbersa sem tomar parte de ninguém. Se não tiber opinião… tem que ter opinião.
6) Ópois de dar a opinião, imborque a mine toda pu gargalo com grandes goladas e dê baixa à garrafa batendo com ela no balcão (pra que todos bejam que é tamém um home balente, e não um enfezado que beio da Amadora a buer chá pa palhinha).
7) Aguarde uns segundos e… zumba: a próxima rodada já está na baila, e bocemecê ganha uma mine que nem sabe donde ela beio.
8) Olserbe o evoluir do buer. Assim que as mines ficarem meio bazias é bocemecê que agora bai pedir uma rodada à sua conta. A partir deste momento entrou num ponto de não retorno, faça contas à bida, esqueça logo o jantar e o dia seguinte. As rodadas dão boltas e boltas e só acabam quando um home começa a bolçar.


Rodada nas festas


1) Dirija-se ao Pátio Caramelo por bolta da meia noite;
2) Estenda a mão durante alguns segundos;
3) Sinta impurrarem-lhe uma emprial prá mão que nem bocemecê sabe donde ela beio;
4) Imborque a emprial como um home sadio que na tá cá cum mariquices.
5) Peça 10 emperiais e agarre nelas em dois cachos de cinco, infiando os dedos pelos copos adentro, e distribua indiscriminadamente por quem vai encontrando.
6) Repita estes passos tantas bezes quanto possíbel, até chegar a GNR.

Obs. Pode acontecer que a quantidade de empriais que chegam à mão dum home é maior que a capacidade de imborcamento, o que provoca uma acumulação. É comum um home estar a imborcar uma emprial com uma mão, e ter em linha de espera um cacho de cinco empriais na outra. Se isso acontecer saia do Pátio Caramelo, dê umas voltinhas à igreja, e vá abatendo o carregamento entre pinsamentos. Ópois bolte de nobo ao Pátio Caramelo e entre de nobo na rodada ainda com mais balintia.

Resposta de Alfredo Sacá Carica, reconhecido pela obra “A importãinça do copo de plástico na budeira contemporânea”.

2 comments:

Anonymous said...

Eu tibe que ir à igreja bárias bezes, mas sem passar pelos motardes! As rodadas nos motardes são tamém boas rodadas.

Anonymous said...

hoje é que vai ser a festa vamos ganhar a Alemanha, e sem ser preciso dos Americanos....