21.9.08

Cinema Caramelo em Setembro


“Ciclo de Cinema de Autor”


Haverá transporte gratuito (gentilmente cedido por Albino dos Ácaros) em camioneta de caixa aberta nos seguintes locais:


Palhota
(junto aos semáforos)
Lau ( à porta da loja da Ti Balbina dos Pitromaxs)
Valdera (Junto ao campo de futebol)
Rio Frio (Junto à Sede)
Carregueira (à porta do café “Lua Cheia Aparbalhada”)


Próxima sexta (21h,Largo José Maria dos Santos,Pinhal Novo):


O Barbero debaixo do Tanque da Estação (1998, 20 m; autor:Belarmino Pançudo)

Uma pérola do cinema experimental caramelo feito de um só fôlego por Belarmino Pançudo (neto do Ti Toino Panças), um dos máximos representantes e defensores da 7ª arte na caramelândia. Curiosamente, Belarmino só produziu esta obra, tendo algo tempo depois enveredado por uma carreira igualmente vertiginosa no acordeon, sendo hoje considerado um dos melhores tocadores residentes da Cela. A película original (de resto o único exemplar) foi encontrada num monte de entulho, num local onde é proibido vazar o mesmo (razão pela qual o home-dono do filme não se quis identificar).
De referir que este filme nunca foi exibido na totalidade, pois os espectadores na única tentativa oficial, só aguentaram até meio, ou seja 10 heróicos minutos e a toque de muitas mines. O filme mostra a perspectiva da tesoura do barbeiro debaixo do Tanque da estação de Pinhal Novo, ora acima ora abaixo, sempre rente a desbastar cabelaige, num estilo único, com os comboios na estação a sair e a entrar, a sombra do tanque da áuga sempre presente, os grandes planos do rosto do barbeiro e dos clientes ("eram aquaise sempre os mesmos"), todos em silêncio, a olhar o sagrado da tesoura, como que hipnotizados, à chuba, ao sol, as boinas penduradas numa das torneiras do tanque.
Chamada de atenção para um dos momentos altos do filme, quando uma colónia de piolhaige caramela é descoberta pela tesoura do barbeiro e foge desóstinada, um dos vários momentos poéticos deste filme.
No jornal linha do sul, edição de Março de 1998 pode ler-se: “Belarmino Pançudo é um visionário, alguém que está à frente do seu tempo, podendo dizer-se que é o inventor tardio de uma espécie de dadaísmo caramelo. O seu experimentalismo é auto-fraticida, quase atómico-visual, sendo o preço a pagar por tanta audácia artística, o facto de ainda ninguém o compreender (tirando a redacção do Linha do Sul). No entanto, esperemos mais 10 anos e serão muitos os que lhe quererão erguer uma estátua, fazer um retrato ou uma coisa do género, numa qualquer rotunda da capital caramela”.

Nota 1: depois do filme haverá um pequeno debate-garreia entre os que gostaram e os que nã gostaram do filme do Belarmino Pançudo. O debate-garreia terá lugar no coreto do jardim que especialmente para esta ocasião será vedado com plástico das estufas do morango. A entrada é livre.

Nota 2: O Albino mandou dizer a quem quiser ir na carrinha, que é necessário levar manta, pois as noites começam a estar frias e ódepois pra cá (na bolta) podem apanhar regeza porque a parte de trás da carrinha na tem toldo, os sofás tem o forro em oleado e debe tar geada, por isso os mais belhos e os gaiatos debem trazer agasalhos qué pra ninguém se chatear e na haber prublemas uns cus otros.

14 comments:

Anonymous said...

Bou ber esse filme.
Sou daqueles que ia á sfua comprar rebusados e ver os cóbois. Devia de haver mais cinema nos caramelos.

Anonymous said...

Ora atão bô tarde ai ó maltezaria!!!
Ê tibe a honra de cortar o junquilho nesse Home, o balente Lima Barbero, se calhar inté entro na rodaige do sonoro, mas como inda era muito chabal na me leba a crer. Quando comecei a ter cablaige nos peitos que mais parciam cabos de inchada comecei a ir à do Albar Amar e onde trabalhaba o Zéi Barber, que crababa escarros à porta da Barbearia e bebia umas mines balentes no café do Galego.
Quero aqui relimbrar que na era só o depóisto da áuga que fazia parte da barbearia, habia tamém a nesprera, que era o que daba sombra lá pó fim da tarde assim pla hora do lusco-fusco.
E pla primabera fazia-se cumcursos de comer nespras e cuspir caroços.
Sai-se da barbearia e enchia-se o bucho de mines no Balão da estação.
Ass: RATOERA SEM MOLA

Anonymous said...

Não conheço o local, mas obrigado pelas explicações. A FLC e quem aqui vem deixar o seu comentário fazem mais pela história destes locais do que a nossa autarquia e demais camaradas todos juntos. Os meus obrigados, vou ler e passar a ideia.

Clara Alves

Anonymous said...

Olhó Ratoera sem Mola, boltou cem grande. A FLC debia contratar o Zé Ratoera pra reporter/ cronista ao serbiço da nação. Grande cumintáiro, sim sinhor. Agora eu gostaba de ber esse filme que na sei onde é esse deposito nem sei de nada, mas gotaba de ber.

Zé do Cão said...

Prá garreia, quero lugar na 1ª fila do coreto.
Um abraço e nada de 'squecer-se

Anonymous said...

Ó Zé do cão, pracisas de transporte na carrinha do Albino?
É só dizeres, que a gente transmite ao homem.

Fãs do cinema caramelo.

Anonymous said...

É caneco... bem me lembra de bir da escola par casa, ainda todo cagado ósdepois dum jogo de inter-turmas (um gaijo ia para a escola só par jogar nas inter-turmas), róbar um cacho de ubas caramela além na JP, da carrinha de caixa aberta que paraba em frente aos belhotes que jogabam á malha, galgaba dois vagoes com balentia, e olserbaba com respeito e atenção a arte do corte dea cabelaige debaixo do depósito de áuga... era um momento de pura inspiração artística, que influenciou gerações. A imaige dum hóme sintado numa cadeira de cozinha (e duas mines bazias ao lado), com a cara cheia de espuma de sabão macaco, e o barbero num gesto de perícia a deslizar a nabalhita pelo pescoço do hóme, são daquelas que uma pessoa na apaga da memória.
Ósdespois, inspiraba-me a ir pó abiao do parque, e a trepar as asas de forma brabia... ainda daba um pulo á chaboca pra apanhar uns lagostins, e ia par casa... porra.

Anonymous said...

Tenho uma ideia:
Bamos pedir ao nosso presidente, que montem novamente uma barbearia debaicho do tanque. Quem se quiser ajuntar a mim diga!
Poucos seremos muitos e nunca demais

Ass. Zé Caramelo

Anonymous said...

O cabelo do povo devia de ser cortado pelo povo. Não sei o que tem o presidente da junta a ver com este assunto. Vós todos quereis que o presidente e demais seguidores sejam autores de tudo. Para que serve então o processo democrático do voto, para desresponsabilizar quem lá coloca o voto? Não meus senhores, pensei que a luta é de todos e que todos devem de participar, nãop apenas dizer que o presidente devia fazer isto e aquilo, sendo camaradas ou não, não é meus senhores a melhor solução, um por todos e todos por um sim, assim entende-se uma sociedade pluripartidária com voz liberal e acerca de tudo a história global!

Gilborgia said...

Arranjem-me um lugarinho pois tenho de ver essa obra prima do cinema .
Vou levar a samarra não confio nas friezas da noite caramela onde as amplitudes térmicas convidam ao mata-bicho ao cair da noite depois de quatro ou cinco mines...

Anonymous said...

Eu também bou ber esse filme! Eu ia cortar cabelos debaixo do tanque e buer mines pá estação, sou desses que iam lá, mas nesse tempo todos diziam que não iam, era a cem reis o corte, assim é que era, ainda sobrava para as minis.

Anonymous said...

Epá!!!!

Vão mas é trabalhar!!!!

Anonymous said...

debes trabalhar da Cambra tu pá.. nem o nome sabe escreber!
tá já o debate garrêa armado!

Anonymous said...

E fotos?????? Será que não haverá para ai uma foto esquecida do Lima barbeiro??? O que aqui se fala não é ficção é pura realidade, existiu mesmo. Se existem, que apareçam!!!!