21.4.10

GRANDE DOCUMENTÁIRO DA TV CARAMELA


É cum grande orgulho que a FLC regressa às lides e apresenta aqui o primeiro documentário telebisibo totalmente caramelo, a emitir já no Domingo depois da nobela “Coiratos cum Açorda”. O pugrama, realizado por Manel Deslimbido, rebela imaiges cum grande realismo e beracidade e foi totalmente feito nos nossos campos à soalheira do sol de Abril, e misturado na sede do Rancho Folclórico da Lagoa da Palha. Arregalem lá os olhos e bamos ber im ante-estreia:

IMAIGE DE INTRODUÇÃO:
Grupo Instrumental de Gaitas de Beiços “Os Mama a Tocar”, a dar uma gaitada que nem galfarraige e esbeiçar-se numa fatia de pão com manteiga.


O ASSOBIO
1º episoido

BOZ DE CATARRO:
Uma das coisas mais notábeis que fez o caramelo distinguir-se dos outros seres da natureza foi aprinder a assobiar sem se babar. Há quem acredite e diga em boz alta de dedo im pei, que mesmo antes do Home saber dzer “pai”, “mãe” ou “mine” já sabia assoprar com o zunido parecido com um assobio. E isso é bem probábel! Estudos caramelógicos indicam que o assopro antecedeu ao próprio assobio e foi uma das formas mais desenbolbidas de comunicação na Idade do Amendoim mesmo antes de se grasnar qualquer palabra.
IMAIGE:
Caramelo empoleirado im cima duma árve a assobiar lindas cantigas como um rouxinol " fruiiuuiii friii friiii friiiii...". Ele está a apanhar pardais que estão colados nas ramaiges bersuntadas de bisgo. Adibinha-se um belo almoço de passaraige e uma sesta de meter imbeja aos espanhóis.
BOZ DE CATARRO: Percebe-se portanto que o assobio servia como instrumento de caça, atraindo a passaraige parba pró bisgo e armadilhas, com belos cânticos de rouxinol.
Apesar de se acreditar que a comunicação por assobio atingiu altos níveis de complexidade e perfeição, persiste o mistério de porque é que o assobio foi abandonado dando lugar às palabras. Mestres caramelólogos defendem a ideia de que tal fenómeno se deveu à grande faculdade do home gostar de comunicar enquanto come.
IMAIGE:
Caramelos brabios a comerem com a boca intulhada de favas com choriço e a tentarem assobiar ao mesmo tempo, num debate-assobio-garreia. Os assobios são assopros com estilhaços de fava a salpicar prás fuças uns dos outros.
BOZ DE CATARRO: Assim se percebe a incapacidade de dialogar, e a razão dos homes passarem do assobio para o grunhir, e ó despois prás mais belas palabras como “chispe”, “bucho”, “nalgas” etc.
Apesar das melhorias, hoije nim todos estão de acordo que essa foi a melhor escolha. Pra já, é preciso decorar uma quantidade parba de palabras para substituírem os assobios, e ó despois, se a boca tiber intulhada de pudim continua-se sem perceber bem os dizeres. Especialistas já testaram e consideram que fungar (atrabés de sons que saem só pas bentas), tem melhores resultados e ninguém se engasga.
IMAIGE:
Seis caramelos da FLC a testarem a linguagem fungada pas bentas. Estão todos ao balcão da Pastelaria Primavera e cada um despadaça quatro bolas de Berlim com creme dentro da boca. Todos fungam uns prós outros. Um deles guarda a cumbersa num grabador de cassetes para examinar os resultados.
BOZ DE CATARRO: Um outro problema associado ao assobio é a incapacidade de expressar certos sentimentos como o furor, a tristeza, a aflição ou a dor.
IMAIGE:
Um caramelo brabio está a espatar uma estaca no chão, à marretada com um barrote. De repente dá uma balente marretada no dedo caté parece um macaco desinjaulado. Logo nesse instante tenta assobiar uma série de assobiões (palabrões) mas não consegue. Por muito brabio que seja e se concentre em momentos felizes, não consegue dar assobiões.
A mulher chega e faz um assobio-pergunta friiiiiii friiiii friiiii fruuuuiii (“o que é que tens home?”). Como ele é brabio, mesmo com o dedo todo esburgado, faz o geito aos beiços… mas só consegue dar uns assopros e fica incapaz de expressar um assobião-resposta como debe de ser.
BOZ DE CATARRO: Foi intão a partir da imbenção da palabra que este problema foi resolbido. Desde aí todo o home e mulher já podia expressar a sua coraige e balentia. Foram logo imbentadas mais de 4800 palabras, próprias para o home se exprimir cum galhardia, quando entala um dedo ou é mordido por um inchame de bespas.

Mas, dados os progressos instituídos ao longo dos tempos, o assobio nunca foi completamente banido das nossas bocas. Ele permanece bibo e bem bibo no nosso dia-a-dia. Mas isso é o que a gente bai ber no próximo pugrama.
IMAIGE DO FIM:
Grupo Instrumental de Gaitas de Foles “Os Toca a Mamar” a tocar uma gaitada que nem uns borregos garganeiros a chuchar nas tetas da mãe.

2 comments:

Caramelo 1 said...

Ei, o baldio agora rasga na velocidade. Benham esses textos cum fartura!!!!!!

O que tudo sabe said...

Muito bem, o assobio representa um marco da nossa cultura.
Mas um reparo: nada referiram ao acto dos caramelos assobirarem enquanto afiam a navalha. Tenho reparado que muitos o fazem. De resto, bom texto, social, a caracterizar esse povo que admiro.